sexta-feira, fevereiro 28, 2025

5 décadas de Born to Run


O ano de 2025 marca uma data histórica na carreira de Springsteen, nada mais nada menos do que o aniversário de 50 anos do lançamento do seu disco mais icônico: Born to Run, que chegou às lojas em 25 de agosto de 1975, após um longo processo de gravação que durou 14 meses.

Após dois discos aclamados pela crítica (Greetings from Asbury Park, N.J. e The Wild, The Innocent And The E Street Shuffle), mas pouco consumido pelo público, Springsteen sabia que seu terceiro disco tinha que ser poderoso e intenso, e que seria sua última chance dentro da gravadora Columbia. Caso o disco não vingasse, ele provavelmente seria dispensado e seu futuro na industria musical poderia ser selado.

Mas o cantor sabia o que tinha em mãos e por isso não teve pressa para lançar o disco, apesar da pressão da gravadora após meses de atrasos e adiamentos. Springsteen resolveu chamar o produtor e crítico musical Jon Landau para co-produzir o disco ao lado de Mike Appel, que foi o produtor dos dois primeiros disco do cantor.

Além de Landau, o disco também marca a estreia do baterista Max Weinberg, do pianista Roy Bittan, e do guitarista Steven Van Zandt. Curiosamente, a faixa-título não foi gravada por Bittan e Weinberg. "Born to Run" foi gravada antes do baterista Earnest Carter e do pianista David Sancious deixarem a banda.
Springsteen nas capas de duas importantes revistas dos EUA na mesma semana

Felizmente, o destino de Born to Run seria bem diferente dos primeiros dois discos. O álbum chegou à terceira posição na parada Top 200 da revista Billboard, recebeu elogios da Rolling Stone, do New York Times e do The Village Voice, e fez o cantor se tornar o primeiro e único músico a estampar a capa das revistas Time e Newsweek na mesma semana.

A pergunta que sempre fica no ar é a seguinte: Por que Born to Run se tornou um sucesso? Em uma matéria escrita por Jordan Blum, para o site oficial do Grammny, ele afirmou que o disco traz uma sequência sucinta, porém exploratória, cuja abordagem, ao estilo "wall of sound, de Phil Spector ,se baseou em tudo o que seus dois primeiros discos fizeram de maneira excepcional. Essa conquista, juntamente com uma linha conceitual mais estabelecida envolvendo personagens separados, mas semelhantes, existindo nos mesmos lugares e buscando tipos semelhantes de liberdade, deixa claro por que Born to Run ainda é tão reverenciado e idiossincrático. "Cada uma de suas oito canções parece uma adaptação musical cinematográfica de um conto ressonante, e Springsteen projetou cada lado para começar com esperança e terminar com tristeza", concluiu Blum.

Para os fãs, a explicação é bem mais simples. Como não amar um disco que começa com "Thunder Road" e termina com "Jungleland"? Pode parecer uma maneira simplória de definir um disco tão cultuado como este, mas não podemos dizer que os fãs não tenham um "pouco de razão", não é mesmo?
Caixa lançada em 2005 comemora 30 anos do álbum e traz concerto em Londres

Em 2005, para comemorar 30 anos do lançamento do álbum, Springsteen lançou uma caixa com o CD original e mais dois DVDs, um com um documentário sobre a produção do disco, com muitas imagens da banda no estúdio de gravação, e outro com um show inédito gravado no Hammersmith Odeon, na cidade de Londres, em 1975. Segundo o próprio cantor, essa apresetnação ficou perdida entre centenas de materiais que ele tinha em casa, e que acabou sendo descoberto por acaso. O áudio do concerto de Londres foi lançado em um CD duplo.