quinta-feira, setembro 27, 2018

The Complete Video Anthology

Na Era do Youtube e da SmartTV, a relevância da MTV - que brilhou durante as décadas de 1980 e 1990 - simplesmente desapareceu. O modo de consumir música e promovê-la não passa mais pela MTV ou até mesmo pelo rádio. Diante disso, ter um clipe "bombando" na TV não é mais prioridade de gravadoras e artistas.

Mas há trêS décadas, essa situação era completamente diferente. Ter um vídeo no topo da parada da MTV ou da VH1 era garantia de boas vendas, super exposição e, por fim, muito dinheiro em caixa. Quem viveu aquela época não ficou imune aos clipes de Michael Jackson, Madonna, Dire Straits, Peter Gabriel, Prince, Police, Duran Duran, Cyndi Pauper e Bruce Springsteen.

A importância de um vídeo clipe bem produzido e bem sacado era tão importante quanto ter uma boa canção para vender. Bruce, assim como os citados acima, também soube aproveitar a novidade para marcar ainda mais o seu território.

O DVD duplo The Complete Video Anthology 1978-2000 é uma ótima retrospectiva da história de Bruce na telinha. Os 32 vídeos, boa parte deles ao vivo, mostram a evolução do cantor no decorrer de sua carreira. Bruce passou por diferentes momentos durante esses 22 anos retratados aqui.

O primeiro registro é "Rosalita (Come Out Tonight)", filmado ao vivo em Phoenix. O vídeo mostra Bruce ao 29 anos, durante a turnê do disco Darkness on the Edge of Town. No final da apresentação, Bruce é literalmente atacado por uma fã mais afoite, que não perde a chance de levá-lo ao chão com um belo beijo na boca.

"The River" e "Thunder Road" também aparecem aqui em versão ao vivo. Os vídeos foram gravados em setembro de 1979, no Madison Square Garden, durante o show No Nukes, concerto que contou com a participação de Carly Simon, James Taylor, Jackson Browne, entre outros.

O primeiro "clipe" de Bruce acontece em 1982, um ano após o nascimento da MTV. A música escolhida foi "Atlantic City", gravado em preto e branco. Um dos temas mais importantes do disco acústico Nebraska, o vídeo mostra imagens, gravadas de dentro de um carro, da região de Atlantic City


Bruce e o diretor Brian De Palma durante a gravação do clipe de "Dancing In The Dark"

O aumento da influência da MTV aconteceu, coincidentemente, com o lançamento do disco Born In The USA (BITUSA), até hoje o álbum mais vendido de Bruce. Os anos de 1984 e 1985 foram definitivo para a carreira de Bruce. Além de uma turnê, que durou 1 ano e 4 meses, Bruce mergulhou na febre dos vídeos clipes e se deu muito bem.

São desta época os clipes "Dancing In The Dark", "I'm On Fire", "Glory Days", "Born In The USA" e "My Hometown". Todos do disco BITUSA. "Dancing" e "I'm On Fire" foram premiados com MTV Video Music Awards, em 1985. O vídeo de "Dancing" é até hoje o clipe mais lembrado do cantor. Além da música de sucesso, o vídeo dirigido pelo cineasta Brian De Palma (foto acima) traz a jovem Courtney Cox, na época desconhecida, subindo ao palco para dançar com Bruce. Na época, esse era o desejo de 10 entre 10 fãs mulheres do músico.

"Glory" mostra Bruce tocando em um pequeno bar ao lado da The E Street Band. Esse é o primeiro vídeo oficial do cantor onde aparece a cantora Patti Scialfa, recém contratada para fazer a turnê ao lado de Bruce. O clipe também mostra o guitarrista Stevie Van Zandt, que estava de saída da The E Street Band. "My Hometown", gravado ao vivo em Los Angeles, em 1985, mostra Bruce interpretando uma das mais singelas músicas de sua carreira. Destaque para o belo arranjo feito pelo guitarrista Nils Lofgren.

"I'm On Fire" (foto ao lado) é o clipe onde Bruce mostra o seu lado "ator". Nele, Bruce é um mecânico assediado por uma cliente rica. Bruce - mesmo em chamas, como sugere a canção - segura o seu ímpeto e acaba voltando para casa a pé e sozinho.

Por fim, a música tema. "Born" virou um hino na carreira de Bruce. Apesar de mal entendido pela maioria dos brasileiros, a música tem um batida forte e um Bruce de voz potente e vigorosa. No clipe, ao vivo, Bruce empunha sua guitarra com seu visual roqueiro "sujo" e cenas do cotidiano do americano aparecem para ilustrar uma das mais emblemáticas canções de seu repertório.

Os próximos três vídeos serviram de apoio na divulgação do lançamento da caixa de cinco LPs Live/1975–85, lançado em novembro de 1986. Todos gravados ao vivo, em diferentes momentos, mostram como Bruce é onipresente quando está em um palco. Em "War", cover do cantor Edwin Starr, Bruce canta com um vigor incrível. Antes das imagens do show, cenas de guerra são acompanhadas de um pequeno discurso do cantor sobre as consequências da guerra. Outro destaque é o inspirado solo de guitarra de Lofgren.

"Fire", canção de Bruce gravada pelo trio The Pointer Sisters, traz apenas Bruce, Lofgren (violão) e Danny Federici (acordeão) no palco. Gravado durante um show beneficente, em 1986. Bruce faz uma bela e sensual versão do tema. "Fire" só saiu oficialmente nesta caixa de LPs, mas com uma versão bem "abaixo" em comparação com a interpretada no clipe.

"Born To Run" mostra diferentes imagens da turnê BITUSA. A nova versão da clássica composição de Bruce é contagiante e cabe muito bem com trilha para as imagens oferecidas pelo vídeo. Um belo registro da turnê.

Após o sucesso de BITUSA, a expectativa por um novo álbum era enorme, mas Bruce voltou mais introspectivo e diferente do "super-herói" que tomou conta das paradas dois anos antes. O álbum Tunnel Of Love traz belas canções, na sua maioria lentas e cheias de questionamentos sobre a vida a dois. Neste DVD, cinco temas foram tirados deste disco: "Brilliant Disguise", "Tunnel Of Love", "One Step Up", "Tougher Than The Rest" e "Spare Parts".

"Brilliant"(foto ao lado) é o primeiro single do disco. O clipe, gravado em preto e branco, mostra Bruce tocando violão em sua cozinha e nada mais. A grande sacada é como isso foi gravado.

No decorrer da canção, a câmera vai se aproximando lentamente do rosto de Bruce, criando quase que um transe no telespectador.

"Tougher" é um belo registro da turnê Tunnel of Love Express Tour. Gravado ao vivo, em abril de 1988, o vídeo mostra o "início" do namoro entre Bruce e Patti. Os olhares entre eles durante o clipe dizem tudo.

"Tunnel" e "One Step" são clipes "verdadeiros", com preocupação de edição, direção, luz e tudo que faz um clipe ser assistido. Destaque para a canção "One Step". Nela, Bruce faz um marido em conflito com o seu casamento e consigo mesmo. Bruce aparece em um bar bebendo e "pensando" na vida. Por fim, "Spare" volta a mostrar o força de Bruce ao vivo. Gravado na Europa, em 1988, a música fala sobre uma mulher que é abandonado com um filho pequeno e que não sabe como lidar com essas situação. A interpretação de Bruce é precisa, como de costume. Destaque para o belo solo de guitarra de Bruce.

O último clipe do primeiro disco é um registro histórico do cantor. Interpretando "Born To Run" em versão acústica, Bruce relê um dos mais emblemáticos temas de sua carreira. Sozinho no palco, o vídeo foi gravado em Los Angeles, em 1988, e traz Bruce apenas com gaita e violão.

O segundo disco mostra o hiato que aconteceu na carreira do cantor. O disco "Tunnel" foi lançado no fim de 1987 e seu próximo álbum de inéditas só aconteceu em 1992, com os discos Human Touch e Better Days. Os dois discos lançados simultaneamente dividem a opinião dos fãs até hoje. A ausência da The E Street Band é notada, mas isso não deixou os discos piores, apenas diferentes.

Na ocasião do lançamento, o clipe de "Human Touch" (animação ao lado), uma bela produção, diga-se de passagem, foi onipresente na MTV, inclusive no Brasil. A divulgação também contou com um especial, o MTV Plugged, com Bruce tocando ao vivo ao lado de sua nova banda.

Outros dois clipes saírem dos "ãlbuns gêmeos". "Leap Of Faith" é um registro importante da turnê que percorreu Estados Unidos e Europa entre junho de 1992 e junho de 1993. Já "57 Channels (And Nothin' On)" mostra Bruce tocando baixo em frente a uma dezena de televisores. Clipes esquisito, música esquisita....foi bem apropriado.

Em 1995, Bruce volta a reunir a The E Street Band em ocasião do lançamento de sua primeira coletânea oficial. No disco, além dos clássicos, o fã teve a oportunidade de ouvir 5 novas canções, entre elas "Streets Of Philadelphia", tema escrito para o filme homônimo, que deu o Oscar de melhor canção para Bruce. No clipe, dirigido por Jonathan Demme e Ted Demme (foto abaixo)), Bruce anda pelas ruas da Filadélfia e imagens do filme estrelado por Tom Hanks, que faz um advogado com aids, aparecem ao som da bela e comovente canção.


Jonathan Demme (esq) e Ted Demme (dir) com Bruce durante o clipe "Streets Of Philadelphia"

Outros dois temas desse coletânea "Murder Incorporated" e "Secret Garden" também foram incluídos neste DVD. "Murder", gravado ao vivo, mostra Bruce e os velhos camaradas da The E Street Band tocando no Tramps, uma pequena casa de shows em Nova York.

O registro tem um forte apelo emocional. Foi a primeira vez que Bruce voltou a tocar com sua banda após sete anos. "Garden" é um singelo vídeo ((foto ao lado) para uma singela canção. A balada tem como estrela diferentes mulheres, todas com os seus "Jardins Secretos".

"Hungry Heart" aparece aqui em uma versão gravada ao vivo em um bar de Berlim, na Alemanha. Bruce está acompanhado de uma banda alemã e rodeado de centenas de pessoas se acotovelando no pequeno local e na rua para poder assisti-lo "na faixa".

Bruce volta a flertar com o cinema no filme Dead Man Walkin', dirigido por Tim Robbins e estrelado por Sean Penn e Susan Sarandon. O clipe mostra cenas do filme.

No fim de 1995, Bruce surpreende novamente seus fãs ao lançar The Ghost of Tom Joad, disco que levou o Grammy de melhor álbum folk. O clipe da faixa-título não traz Bruce. Mostra apenas algumas imagens secas, como em um deserto.

Felizmente o próximo vídeo, um registro de Bruce no programa de TV The Tonight Show, mostra o cantor fazendo uma versão com violão e gaita. Foi nesse formato que Bruce, na ocasião, excursionou pelos EUA para divulgar "The Ghost", solo, com seus cabelos com geo, barba e, é claro, uma história de duas décadas de repertório.

"Highway Patrolman", música do disco Nebraska, aparece aqui com imagens do filme Indian Runner, escrito e dirigido por Sean Penn. O filme foi baseado no personagem desta música de Bruce. Outro registro que vale comemorar neste DVD é da música "If I Should Fall Behind", originalmente lançada no disco Lucky Town, de 1992. Aqui, ela é interpretada quase que a capella por Bruce, Steve, Nils, Patti e Clarence, cada um deles ao seu estilo. Uma bela versão de uma música tocante.



Por fim, uma versão acústica de "Born In The USA", gravada no programa de TV The Charlie Rose Show, em 1988. Bruce usa um violão de 12 cordas e abusa do slide para fazer uma versão mais parecida com a composição original. Definitivamente mais bela que a versão rock que estourou em 1984.

Disc 1

1. Rosalita (Come Out Tonight)
2. The River
3. Thunder Road
4. Atlantic City
5. Dancing In The Dark
6. Born In The U.S.A.
7. I'm On Fire
8. Glory Days
9. My Hometown
10. War
11. Fire
12. Born To Run
13. Brilliant Disguise
14. Tunnel Of Love
15. One Step Up
16. Tougher Than The Rest
17. Spare Parts
18. Born To Run (Acoustic)

Disc 2

1. Human Touch
2. Better Days
3. 57 Channels (And Nothin' On)
4. Leap Of Faith
5. Streets Of Philadelphia
6. Murder Incorporated
7. Secret Garden
8. Hungry Heart
9. Dead Man Walkin'
10. The Ghost Of Tom Joad
11. The Ghost Of Tom Joad (From "The Tonight Show with Jay Leno")
12. Highway Patrolman
13. If I Should Fall Behind
14. Born In The U.S.A. (From Charlie Rose)

terça-feira, setembro 18, 2018

Bruce ao redor do mundo

Todos sabem da vitalidade de Bruce durante seus shows, ou melhor, maratonas musicais.

Após 40 anos na estrada, Bruce é sinônimo de concertos inesquecíveis e de uma entrega no palco que dificilmente é superada por outro músico.

Ele já esteve nos principais palcos do mundo e em todos os continentes. Suas turnês duram cerca de 8 meses cada.


As mais emblemáticas até hoje são as dos discos The River, Born in The U.S.A, Tunnel Of Love e The Rising. Cada uma com sua característica, sua época e seu momentos icônico.

A estreia fora dos Estados Unidos aconteceu no mitológico Hammersmith Odeon, em Londres, em novembro de 1975. Bruce declarou que sua estreia fora dos Estados Unidos foi importante, mas não escondeu também um certo desconforto. Ele só voltaria a tocar fora dos Estados Unidos na turnê do disco The River, em 1981, quando tocou em Hamburgo, na Alemanha, em abril.


Poster promocional do show em Londres, o primeiro de Bruce fora dos EUA, em 1975

Ao todo, incluindo os Estados Unidos, Bruce tocou em 34 países, sendo que em 10 deles se apresentou apenas uma vez. Desse shows únicos, seis fizeram parte da turnê Human Rights Now, que aconteceu entre 2 de setembro e 15 de outubro de 1988. São eles: Costa Rica, Índia, Costa do Marfim, Hungria, Grécia e Zimbábue.

No ranking dos países que receberam menos Bruce estão Polônia e República Checa, com dois shows em cada país. Brasil, Argentina e Nova Zelândia tiveram a oportunidade de vê-lo ao vivo apenas três vezes em quatro décadas de carreira. Nossos irmãos portugueses estão em vantagem, com quatro aparições, sendo que uma delas foi a participação especial no show dos Rolling Stones, durante a edição de 2014 do Rock in Rio Lisboa.


Bruce canta "Wrecking Ball" no Giants Stadium, em 30 de setembro de 2009

O top 10 dos países que mais viram Bruce ao vivo - com exceção dos Estados Unidos, é claro - é o seguinte: Inglaterra (103), Alemanha (62), Itália (54), Canadá (53), Espanha (51), França (45), Austrália (44), Suíça (37) e Irlanda (28).

Nos Estados Unidos, os locais onde Bruce mais tocou foram o Madison Square Garden, em Nova York, com 49 shows, o L.A. Memorial Sports Arena, Los Angeles. na Califórnia, com 35 shows, o Continental Airlines Arena, em East Rutherford, Nova Jersey, com 25 concertos.


Convention Hall, em Asbury Park, Nova Jersey, foi inaugurado em 1930

E, é claro, o Walter Kerr Theatre, na Broadway, em Nova York, onde Bruce ficará em cartaz até dezembro de 2018. A temporada no Kerr terá 237 shows. Outros destaques são o The Bottom Line, também na cidade de Nova York, com 18 apresentações e no Giants Stadium, em Nova Jersey, com 24 shows.

Também figuram como palcos fundamentais na carreira de Bruce, três locais que se tornaram pontos turísticos da cidade de Asbury Park, em Nova Jersey. Stone Poney, Convention Hall e o Paramount Theatre. Aqui se "respira" Bruce Springsteen. Para ter mais informações sobre os locais onde Bruce tocou durante toda a sua carreira, visite o site My Bosstime. Clique aqui e boa diversão.


Bruce toca "Land of Hope and Dreams" no Madison Square Garden, em Nova York, em 2000


Bruce toca "Streets of Fire" no Paramount Theatre, em 2009

quarta-feira, setembro 05, 2018

Bruce e seus chapas

A identidade musical de cada músico é muito particular. Cada um tem sua maneira de compor, de cantar e de se posicionar diante de seus fãs e das mais diferentes questões que pairam sobre a sociedade.

A empatia entre músicos e uma possível colaboração entre eles é algo que pode acontecer a qualquer um e a qualquer momento.

As causas dessa aproximação têm em seu cerne, além da inquietação natural de todos os músicos, os princípios que cada um traz consigo, fruto de sua formação familiar, intelectual e, obviamente, da sua trajetória ao longo de sua carreira e de sua vida.

Bruce tem "escolhido" esses parceiros nas últimas quatro décadas. Seu engajamento em diferentes causas o levaram a compartilhar gravações e o palco com diversos músicos. Mas, acima de afinidades musicais, a onipresença de três músicos chama a atenção dos fãs mais antigos do cantor.

Billy Joel, Sting e Bono Vox, três nomes que dispensam apresentação. Um americano do Bronx (Joel), um britânico de Wallsend (Sting) e um irlandês de Dublin (Bono).

Com idades similares, Joel nasceu em 49, Sting em 51, Bono em 60, e Bruce em 49, eles cresceram em épocas parecidas e nutrem uma paixão em comum, a música, apesar de nunca terem gravado juntos.

A amizade de Bruce com cada um deles pode ser comprovada no decorrer dos anos. Talvez a mais forte seja com Sting. Esse vínculo ficou mais forte em 1988, quando eles se uniram para participar da turnê Human Rights Now, patrocinada pela Anistia Internacional.

Durante 45 dias, ao lado de Tracy Chapman, Peter Gabriel e Youssou N'dour, eles viajaram pelos seis continentes - incluindo a América do Sul - levando a mensagem de um mundo sem tortura, sem guerra e mais harmônico.

A turnê desembarcou no Brasil em outubro de 1988. Durantes os shows, Bruce e Sting cantaram em dueto as canções "Every Breath You Take" e "The River".

Em 2009, durante a cerimônia do Kennedy Centre Honours, no qual Bruce foi homenageado, vários artistas interpretaram canções de Bruce, entre eles Eddie Vedder, Melissa etheridge, Ben Happer e Sting, que interpretou "The Rising".

Em 2011, na comemoração do aniversário de 60 anos de Sting, que aconteceu no Beacon Theater, em Nova York, Bruce contou duas músicas: “I Hung my Head” e "Fields of Gold".

Em 2013, Sting participa de outra homenagem a Bruce, desta vez no MusiCares Person of the Year, prêmio concedido pelo Grammy a grandes nomes da música. Na ocasião, Sting interpretou "Lonesome Day". Em 2014 foi a vez de Sting ser homenageado no Kennedy Centre Honours. Para interpretar algumas canções de Sting foram escalados nomes como Bruno Mars, Lady Gaga e Esperanza Spalding. Bruce cantou “I Hung my Head”.

A relação com Billy Joel pode não ter sido tão intensa, mas os dois tem em comum sua paixão pelos Estados Unidos e pela região de Nova York. Bruce é reconhecidamente um observador da realidade norte-americana. Já Joel sempre demostrou sua paixão pelo país por meio de suas canções.

A música mais notória é "New York State Of Mind". É exatamente essa música que Bruce cantou com Joel no show que comemorou os 25 anos do Rock & Roll Hall Of Fame, em 2009, no Madison Square Garden, em Nova York. Os dois também interpretaram "Born To Run".


Vale lembrar que Bruce e Billy também se encontraram no histórico projeto denominado USA For África ( na foto acima Bruce, Michael Jackson e Billy Joel durante a gravação). Em 1985, grandes nomes da música norte-americana, comandados pelo músico Quincy Jones, gravaram a canção "We Are The World", composta por Lionel Richie e Michael Jackson.

Além de Springsteen, Joel, Richie e Jackson, nomes como Tina Turner, Ray Charles, Bob Dylan, Diana Ross e Stevie Wonder soltaram a voz em solidariedade ao continente africano. Toda a venda do disco foi revertida para combater a fome na África.

Em junho de 2018, Joel foi escalado para entregar o Tony especial a Bruce por sua temporada na Broadway com o show Springsteen On Broadway. Um mês mais tarde, Bruce e Billy mais uma vez se encontraram no palco.

Em ocasião da 100 apresentação de Joel no Madison Squared Garden - Joel tocou pela primeira vez aqui em dezembro de 1978 -, Bruce subiu ao palco para compartilhar duas de suas mais importantes músicas com Joel: "Tenth Avenue Freeze-Out" e "Born To Run".


Bruce recebe de Billy Joel o Tony especial por seu show Springsteen On Broadway

Parafraseando Bruce, Last but not least, a história com Bono Vox, vocalista do U2, também demostra a admiração mútua. Engajados em diferentes causas humanitárias, Bruce e Bono participaram ativamente dos concertos pró Anistia Internacional.

Apesar de não terem excursionado juntos - como aconteceu com Sting - Bono também usou seu talento e notoriedade para levar a mensagem da Anistia.

Mas os dois dividiram o palco pela primeira vez em 1987, durante a turnê do disco The Joshua Tree, na Filadelfia. Eles interpretaram o clássico "Stand By Me", de Ben E. King.

Em 1985 aconteceu a primeira "parceria" entre Bruce e Bono. Idealizado pelo guitarrista Steven Van Zandt, o projeto Sun City reuniu dezenas de músicos para chamar a atenção contra o apartheid, regime de segregação racial na África do Sul.

Denominado Artists United Against Apartheid, o grupo contava com nomes do quilate de Miles Davis, Lou Reed, Bob Dylan, Bonnie Raitt, George Clinton, Ringo Star e Bobby Womack.

Mas a cumplicidade entre ambos ficou explicita durante a cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame. Bruce entrou para esse seleto clube em 1999. Como de costume, um orador é escalado para falar sobre o músico homenageado.

Em 1999, coube a Bono a honraria de falar sobre Bruce. Cinco anos mais tarde, em 2005, foi a vez de Bruce fazer o discurso e dar boas-vindas ao U2, que a partir deste ano também entrou para o Rock and Roll Hall of Fame. Durante a cerimônia de 2005, além do discurso, Bruce tocou "I Still Haven't Found What I'm Looking For".

Os caminhos de Bruce e Bono voltam a se cruzar em 2009, durante as comemorações de 25 anos do Rock & Roll Hall Of Fame, no Madison Square Garden. Ambos dividiram o palco com a cantora Patti Smith durante a música "Because The Night". Em seguida, Bruce cantou "I Still Haven't Found What I'm Looking For" ao lado do quarteto irlandês.

Mais recentemente, no dia 20 de maio de 2016, em Dublin, na Irlanda, Bono foi o convidado surpresa na música "Because Te Night", durante a The River Tour, que comemorou os 35 anos do lançamento do disco The River. Foi uma "retribuição" de Bono. Em 2015, foi Bruce que invadiu o palco do U2 no Madison Square Garden, em Nova York. Na ocasião, o U2 fechava uma temporada de 8 shows no Madison.

É claro que Bruce mantém amizades musicais estreitas com outros músicos, além de Joel, Sting e Bono. Nomes como Neil Young, Eddie Vedder, Bob Seger, Patti Smith, Jackson Browne e Paul McCartney também fazem parte do ciclo de amizade de Bruce.


Bruce e Sting cantam a música "The River", em outubro de 1988, na Argentina.