sexta-feira, dezembro 28, 2018

No Nukes é lançado oficialmente e na íntegra

A participação de Bruce Springsteen no concerto beneficente No Nukes, em setembro de 1979, no Madison Square Garden, em Nova York, é considerada um marco no carreira do cantor.

Para muitos fãs, esta foi a primeira oportunidade de vê-lo ao vivo pela TV e comprovar tudo aquilo que os críticos falavam sobre seus shows.

Vale lembrar que naquela época não havia MTV e muito menos internet para o público ver Bruce em ação. A única maneira era ir a seu show. Na ocasião, Bruce estava há quase um ano sem tocar ao vivo e a procura por ingressos para uma das duas apresentações foi grande.

O show, idealizado pelos cantores Jackson Browne (foto ao lado de Bruce) e Graham Nash e pela cantora Bonnie Raitt, teve o objetivo de chamar a atenção dos norte-americanos para o perigo da energia nuclear.

Essa foi a primeira apresentação do cantor gravada oficialmente. No vídeo oficial das duas noites (21 e 22), Bruce toca três músicas "The River", "Thunder Road" e "Quarter to Three". Foi a primeira vez que "The River" foi tocada. Na ocasião, Bruce estava em estúdio gravando o álbum homônimo, que seria lançado 1 ano depois. Além de Bruce, Browne, Raitt, Nash, James Taylor, Doobie Brothers e Stephen Stills.

Agora, 39 anos depois, Bruce coloca online a íntegra das duas apresentações (foto). No setlist, clássicos como "Jungleland", "Born To Run" e a trinca matadora do disco Darkness on the Edge of Town, com “Prove It All Night”, “Badlands,” e “The Promised Land".

Outro destaque é a versão da música "Stay", de Maurice Williams & the Zodiacs, com participação de Jackson Browne e Tom Petty.

A diferença entre os dois shows é a música final. Na primeira noite Bruce tocou "Detroit Medley" e na segunda fechou com "Quarter to Three". Para saber mais sobre o disco e comprá-lo (apenas na versão arquivo) clique aqui.

Um CD duplo foi lançado no início da década de 1990, com Bruce interpretando "Stay" e "Devil With The Blue Dress Medley", além de Tom Petty And The Heartbreakers, Crosby, Stills & Nash, The Doobie Brothers, entre outros. O filme oficial foi lançado apenas em VHS e LaserDisc.


Bruce, Jackson Browne e Tom Petty tocam no show No Nukes, em 1979, em Nova York





quinta-feira, dezembro 27, 2018

The Live Series: Songs of the Road

Bendita seja a internet. Além de democratizar informação para milhões, o internauta encontra ainda preciosidades como esta bela coletânea chamada The Live Series: Songs of the Road, que traz 15 canções de Bruce com temas relacionados à estrada, carros e viagens.

Todos os registros são ao vivo, com diferentes formações e décadas. As preciosidades são "Action in the Streets”, de 1977 e “Open All Night”, gravado no festival New Orleans Jazz and Heritage, em 2006, acompanhado da Seeger Sessions Band.

Outros destaques são "Highway 29", gravada em Belfast (Irlanda), em 1996, "Drive All Night", da turnê Reunion, de 1999, registrada no Madison Square Garden, em Nova York (EUA) e "Working On the Highway", gravado no Ippodromo delle Capannelle, em Roma (Itália), durante a turnê Wrecking Ball, em 2013.


Você pode ouvir a íntegra deste disco clicando aqui.

VEJA ABAIXO AS MÚSICAS E OS LOCAIS DAS GRAVAÇÕES:

Thunder Road - (Live at the Palace Theatre, Albany, NY – 02/07/77)
Highway 29 - (Live at King’s Hall, Belfast, UK – 03/19/96)
Incident On 57th Street - (Live at the Capitol Theatre, Passaic, NJ – 09/20/78)
Open All Night - (Live at New Orleans Jazz and Heritage Festival, New Orleans, LA – 04/30/06)
Stolen Car - (Live at the ASU Activity Center, Tempe, AZ – 11/05/80)
Tenth Avenue Freeze-Out - (Live at the Auditorium Theatre, Rochester, NY – 02/08/77)
Out in the Street - (Live at the Wachovia Spectrum, Philadelphia, PA – 10/20/09)
Drive All Night - (Live at Madison Square Garden, New York, NY – 11/08/09)
Born to Run - (Live at the Brendan Byrne Arena, East Rutherford, NJ – 08/05/84)
Used Cars - (Live at St. Rose of Lima School, Freehold, NJ – 11/08/96)
Action in the Streets - (Live at the Palace Theatre, Albany, NY – 02/07/77)
Racing In the Street - (Live at the Agora, Cleveland, OH – 08/09/78)
Working On the Highway - (Live at Ippodromo delle Capannelle, Rome, Italy – 07/11/13)
The E Street Shuffle - (Live at TD Banknorth Garden, Boston, MA – 11/19/07)
Cadillac Ranch - (Live at the Nassau Veterans Memorial Coliseum, Uniondale, NY – 12/31/80)








quarta-feira, dezembro 26, 2018

Bridge School Concerts

Em 1986 Bruce Springsteen participa do Bridge School Concerts, show beneficente anual criado pelo cantor Neil Young e sua a ex-esposa, Pegi Young.

Os lucros dos shows realizados em Mountain View, na Califórnia (EUA), são revertidos a Bridge School, instituição que desenvolve atividades educacionais para crianças com severas deficiências físicas ou perturbações de fala.

Em 2011, para comemorar os 25 anos do primeiro show, um DVD triplo e um CD duplo chamado The Bridge School Concerts 25th Anniversary Edition foram lançados com apresentações gravadas durante esses concertos.

Entre os artistas estão Bruce Springsteen, Patti Smith, Pearl Jam, David Bowie, Bob Dylan, Brian Wilson, Paul McCartney e The Who.

Além das apresentações, um dos DVDs traz um documentário sobre as atividades da Bridge School. O CD traz artistas que não constam no DVD, entre eles Norah Jones, Sarah McLachlan, Willie Nelson e Jack Johnson.

Durante o show, Bruce canta 10 músicas, entre elas "Born In The USA", que está no DVD, "Dancing In The Dark", "Mansion On The Hill" e "Seeds. É deste show a versão de "Fire" que foi incluída no DVD The Complete Video Anthology 1978-2000.

Bruce voltou a participa do Bridge Concert em 1995, desta vez sozinho no palco. No primeiro show, de 1986, Bruce tem a companhia do guitarrista Nils Lofgren e o tecladista Danny Federici.

Veja abaixo parte da apresentação de Bruce no Bridge e o vídeo promocional sobre a DVD dos 25th dos concertos:













AS MÚSICAS DOS CDs:

Bruce Springsteen - Born In The U.S.A.
Patti Smith - People Have The Power
Pearl Jam - Better Man
David Bow ie - Heroes
Ben Harper - There Will Be A Light
Bob Dylan - Girl From The North Country
R.E.M. & Neil Young - Country Feedback
Emmylou Harris & Buddy Miller - Love Hurts
Fleet Foxess - Blue Ridge Mountains
Devendra Banhart & Bert Jansch - At The Hop
Bonnie Raitt - The Road's My Middle Name
Billy Idol - Rebel Yell
Brian Wilson - Surfin' USA
Gillian Welch - The Way It Will Be
The Pretenders - Sense Of Purpose
James Taylor - Fire And Rain
Simon & Garfunkel -America
Tom Petty - Shadow Of A Doubt
Dave Matthews Band - Too Much
Neil Young - Crime In The City
Tom Waits - 16 Shells From A Thirty-Ought Six
Elton John & Leon Russell - A Dream Come True
Paul McCartney - Get Back
Metallica - Disposable Heroes
The Who -Won't Get Fooled Again

Abaixo estão shows na íntegra e melhores momentos de apresetanções no Bridge ao longo dos anos:





sexta-feira, dezembro 21, 2018

Hangin' Out On E Street

Após 45 anos do lançamento de seu primeiro disco Greetings from Asbury Park, N.J., Bruce Springsteen continua relevante no cenário musical.

No decorrer das décadas, vários músicos demonstraram seu apreço e declararam o quanto a música do cantor foi importante em sua formação musical.

Nomes como Melissa Etheridge, Eddie Vedder, do Pearl Jam, e os grupos Mumford & Sons, The Gaslight Anthem (foto ao lado) e Arcade Fire são apenas alguns dos artistas que têm em Bruce um ponto de referência.

Isso sem falar no Rage Against de Machine, que muitas vezes incluíram em seus shows uma versão da música "The Ghost Of Tom Joad". Mais recentemente, o vocalista do The Killers, Brandon Flowers, declarou que Bruce era seu "salvador" e que o cantor o ensinou "como amar a América".

Agora, o projeto denominado Hangin' Out On E Street traz artistas do universo indie interpretando músicas de Springsteen. As versões, gravadas de forma caseira, podem ser encontradas no site oficial de Springsteen no YouTube, o que deu um peso ainda maior ao projeto. Veja abaixo covers de "Racing In The Street", "Backstreets", "Glory Days", "Reason To Believe" "The River", "For You", entre outras.

Entre os músicos está Tom Gabel, vocalista da banda Against Me!. O vídeo foi gravado antes de Gabel se tornar Laura Jane Grace, que em 2012 declarou ser uma mulher transgênera.

Além dos vídeos, o projeto também inclui depoimentos dos músicos falando sobre Bruce e sua música. Clique aqui para ver todos os vídeos e os depoimentos.





























Clique aqui para conhecer também o CD duplo Songs of Bruce Springsteen - One Step Up/Two Steps Back, lançado em 1997, apenas com canções compostas por Bruce, e o DVD A MusiCares Tribute to Bruce Springsteen, com músico como Elton John, Neil Young, Sting e Juanes interpretando músicas de Bruce.

sexta-feira, dezembro 07, 2018

The Paris Concert for Amnesty International

Em 10 de outubro de 1998, foi realizado em Paris, na França, um concerto para comemorar os 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Uma década antes, para comemora os 40 anos da Declaração, uma turnê de 45 dias capitaneada por Bruce Springsteen, Sting e Peter Gabriel passou por 15 países, entre eles o Brasil, e seis continentes.

O concerto único em Paris pode não ter sido tão grandioso como a turnê de 1988, mas o grupo de artistas escalado, sem dúvida, foi muito mais eclético e impactante.

Além de Bruce, tocaram Peter Gabriel, Alanis Morissette, Tracy Chapman, Jimmy Page & Robert Plant, Shania Twain, Radiohead, Kassiv', Asian Dub Foundation e Youssou N'Dour.

Bruce abriu o concerto cantando "Get Up, Stand Up", de Bob Marley, ao lado de Gabriel, Chapman e N'Dour. Ele voltaria ao palco para fazer um set acústico interpretando "No Surrender", "Born in the USA" e "Working on the Highway".


Sem a The E Street Band, Bruce interpreta três músicas do disco Born In The USA, em Paris

Ao assistir Bruce sozinho no palco, acompanhado apenas de violão e gaita, é inevitável pensar como teria sido bom vê-lo no Live Aid, três anos antes, fazendo uma apresentação parecida com esta.

No Live Aid, cada artista tinha no máximo 20 minutos para fazer sua apresentação. Em Paris, Bruce tocou por 10 minutos, três músicas, todas elas do disco Born In The USA, e deixou o público encantado. Imagine o que ele não teria feito diante de 90 mil pessoas que estiveram naquele dia 13 de julho de 1985 no estádio de Wembley, na Inglaterra.

Veja abaixo, separadamente, as três músicas interpretadas por Bruce e a íntegra deste show, que foi lançado em DVD com o nome The Paris Concert for Amnesty International: The Struggle Continues...









quinta-feira, dezembro 06, 2018

Rock In Rio tem rock e Springsteen

A cada dois anos é sempre a mesma história. Uma gritaria toma conta do universo da música quando os primeiros nomes escalados para mais uma edição do Rock In Rio são divulgados.

A "confusão" com o nome do festival acontece desde a primeira edição, em 1985, quando Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso e James Taylor estavam entre as atrações.

Em 1991, realizado no estádio do Maracanã, a presença de New Kids On The Block, Dee-Lite e Information Society não é exatamente o que podemos chamar de um show de rock.

Mas é preciso entender que o nome é apenas um nome. A produção do festival tenta sempre "acertar" na escalação dos músicos. A construção de um dia de festival traz muitos desafios.

Mas no decorrer dos anos, fica claro que a intenção é ter sempre uma noite de metal e uma noite pop. O que pode ser questionado é se os artistas escalados são os ideais.

Roberto Medina, idealizador do festival, disse várias vezes que o evento não é só de rock. Em sete edições realizadas no Rio, o festival conseguiu mesclar bem grandes nomes do rock e do pop. Medina merece todo crédito. Primeiro foi dele a ideia. Isso ninguém pode negar. Imaginar um festival do tamanho que foi a primeira edição, era impensável, ainda mais naquela época.

O Rock In Rio de 1985 tem, até hoje, a melhor escalação. Trazer para um mesmo festival Queen, Yes, Ozzy Osbourne, Iron Maiden, AC/DC, Whitesnake, Scorpions e Rod Stewart não é pouca coisa. Destes nomes, apenas o Queen já tinha tocado no país, em 1981, no estádio do Morumbi, em SP. Até hoje, esses artistas continuam voltando ao país.


Iron Maiden toca na primeira noite do festival, antes do show do Queen, em 1985

O mesmo aconteceu em 1991. Na ocasião, a banda mais esperada era o Guns N' Roses. O grupo veio ao país às véspera do lançamento dos aguardados álbuns Use Your Illusion I & II. Foi a estreia do grupo no país. No auge do sucesso, eles não decepcionou e fizeram um grande show.

Além do Guns, a segunda edição do festival trouxe Prince, George Michael, Inxs, Billy Idol e Judas Priest, todos pela primeira vez. Vale dizer que Prince e George Michael nunca mais voltaram ao Brasil e, é claro, nunca mais voltarão.

O guitarrista Santana, veterano que tocou em Woodstock, também se apresentou. É claro que os "protetores" do rock bradaram ao ver na escalação nomes como A-ha, Information Society e Elba Ramalho. Por outro lado, a edição trouxe a estreia do Sepultura no festival. Desde então, o grupo brasileiro participou de todas as edições.


Guns N' Roses faz show histórico na segunda edição do festival, em 1991, no Maracanã

Dez anos depois, em, 2001, agora na nova Cidade do Rock, o festival trouxe como grandes destaques os grupos R.E.M, Oasis, Foo Fighters e o veterano Neil Young. Apenas o Oasis já tinha tocado no país.

A edição ainda trouxe a cantora Britney Spears, o cantor Sting, pela primeira vez no Rock In Rio, e os grupos Iron Maiden e Guns N'Roses, que desta vez só tinha o cantor Axl Rose da formação original. Mais uma vez, muita gritaria aconteceu com a presença da princesinha do pop Britney Spears, além de Carlinhos Brown (talvez o maior erro de todas as edições) e Daniela Mercury.

A partir de 2011, Medina estipulou que a cada dois anos uma nova edição do festival aconteceria no Rio. E é isso que acontece desde então. Em 2011 a bronca foi a escalação de Claudia Leite e Ivete Sangalo em um festival "de rock". A edição, talvez a mais pop de todas, ainda contou com Rihanna, Katy Perry, Shakira e Elton John.

Do lado do rock, nomes de peso como Metallica; Coldplay, Evanescence, Guns N' Roses e System of a Down garantiram o peso no festival. 2011 foi a estreia do Metallica no festival. O grupo voltaria a tocar no Rock In Rio em 2013 e 2015.


Kirk Hammett (esq) e James Hetfield (dir), do Metallica, estreiam no festival em 2011

Em 2013, quem brilhou foi Bruce Springsteen e a cantora Beyoncé. Os defensores do rock, mais uma vez, não ficaram muito satisfeitos. Além de Bruce e Bon Jovi, que não são rock pesado, Iron Maiden, Slayer, Metallica e Sepultura participaram desta edição. Outros destaques foram o trio Muse e o cantor John Mayer, com seu rock bluseiro.

No ano em que completou 30 anos, em 2015, o festival manteve sua fórmula de misturar rock pesado com artistas mais pops. Desta vez, coube a System of a Down, Slipknot e Metallica assumirem o papel de protagonistas do metal. A edição ainda trouxe Faith No More, Korn e Queens of the Stone Age e Motley Crue.


Slipknot levantou a plateia e fez um dos shows mais pesados do Rock In Rio 2015

Queen + Adam Lambert e Rod Stewart fizeram o revival ficar mais evidente. Ambos tocaram na primeira edição do festival. A diferença é que desta vez, no lugar de Freddie Mercury, o Queen trazia o cantor Adam Lambert, que não fez feio, mas uma covardia se comparado ao maior cantor de rock de todos os tempo, o sr. Mercury.

Na parte pop, os destaques foram o veterano Elton John, as cantoras Rihanna e Katy Perry, o cantor Seal e o grupo A-Ha.

A edição de 2017, com exceção da primeira, foi sem dúvida a mais bem equilibrada. A escalação dos veteranos Aerosmith e The Who, que tocou pela primeira vez na América Latina, foi um tiro certeiro de Medina.

Quem também "defendeu" o rock foi o Guns N' Roses, desta vez com Axl, Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo), Bon Jovi, sem Richie Sambora na guitarra e com Jon Bon Jovi com a voz muito aquém de seus melhores dias, Red Hot Chili Peppers, que fez um show sem falhas, o Def Leppard, que tinha sido escalado para a primeira edição, em 1985, e acabou sendo substituído pelo Whitesnake, e o Offspring, que dois anos antes arrepiou o palco Sunset e agora foi promovido ao palco Mundo. Do lado pop, 2017 teve boas atrações como Marron 5, Justin Timberlake, Alicia Keys, Fergie e os veteranos do Tears For Fears e Pet Shop Boys.


Com 5 décadas de carreira, The Who toca pela primeira vez no América Latina, em 2017

Para 2019, a produção do festival já confirmou as presenças da cantora Pink, que vem ao país pela primeira vez, do grupo Black Eyes Peas e mais uma volta no tempo com Os Paralamas do Sucesso, Scorpions e Iron Maiden, todos eles presentes na primeira edição, em 1985.

O rock tem seu espaço garantindo com Imagine Dragons, Megadeth, Sepultura, Slayer e Anthrax. A grande pisada na bola, pelo menos aos olhos de quem sustenta a ideia de que o festival deve ter apenas rock, é a presença da cantora Anita, ainda mais no palco principal. Novos nomes ainda serão divulgados. O festival acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de setembro e 3, 4, 5 e 6 de outubro.

BRUCE ESTREIA NO ROCK IN RIO

Em 2013, após ter tocado na versão portuguesa do festival, em 2012, Bruce Springsteen finalmente estreia no Rock In Rio. Por anos, Roberto Medina tentava atrair Bruce para o seu festival. Mas Springsteen sempre foi arredio a participar de festivais. As coisas começaram a mudar após sua participação no festival Inglês de Glastonbury, em 2009.

Medina percebeu esta mudança e partiu para uma ofensiva "definitiva" para ter Bruce no festival. O sonho começou a virar realidade em 2012, quando Bruce tocou no Rock In Rio Lisboa, em 2012, após 19 anos sem tocar em terras portuguesas. Após a participação do cantor em Lisboa, ficou evidente que a vinda de Bruce ao Brasil, após 25 anos, era iminente.


Bruce toca pela primeira vez no Rock In Rio, após 25 sem tocar no Brasil

E foi o que aconteceu, em 21 de setembro de 2013, após os shows de Skank, Phillip Phillips e John Mayer, Bruce estreia no festival e pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro. Para a surpresa do público carioca, o cantor inicia o show com uma versão cantada em português da música "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas.

Por mais de duas horas, ele desfilou grandes clássicos da sua carreira, entre eles "Born To Run", "Thunder Road" e "Badlands". Ao todo foram 26 músicas, entre elas, o disco Born In The USA tocado na íntegra e na mesma ordem do álbum.

A passagem de Bruce no Rock In Rio surpreendeu a todos. Às vésperas de completar 63 anos, o cantor comprovou sua fama de roqueiro incansável e inspirado.

Uma semana antes de desembarcar no país para dois shows, o primeiro foi no dia 18, na capital paulista, a revista Rolling Stone, edição brasileira (foto ao lado), colocou em sua capa uma foto de Bruce no meio da plateia com a seguinte manchete: "O Maior Show da Atualidade".

Em 2016, Bruce repetiu a dose e voltou a tocar no Rock In Rio Lisboa. Na ocasião, ele estava fazendo a The River Tour. Infelizmente, o Brasil não teve a mesma sorte e ainda espera uma nova visita do cantor. Em 2014, Bruce fez uma participação especial no show dos Rolling Stones no Rock In Rio Lisboa, cantando "Tumbling Dice", do disco Exile On Main St., de 1972.





quinta-feira, novembro 22, 2018

Live Aid: o maior concerto de rock sem Bruce

Como teria sido a apresentação de Bruce Springsteen no Live Aid? Muitos fãs do cantor questionam a não participação de Bruce no mais importante concerto de rock da história.

Em 13 de julho de 1985, no estádio de Wembley, em Londres, e no estádio John F. Kennedy, na Filadélfia (EUA), dezenas de músicos se revezaram nos dois palcos, simultaneamente, para angariar dinheiro para ajudar os famintos da Etiópia.

Diante de um chamado como este, a maioria dos astros da música da época se prontificaram a ajudar. Na ocasião, Michael Jackson, Bruce Springsteen, Prince, Phil Collins, Lionel Richie, Sting, Stevie Wonder, Cyndi Lauper, Madonna, Tina Turner, Duran Duran, Queen e Dire Straits reinavam absolutos nas paradas das revistas Billboard e Rolling Stone e na MTV.

As ausências mais sentidas foram Prince, Michael Jackson, Bruce Springsteen e Stevie Wonder. Anos depois, muito se falou sobre a participação de artistas negros nos shows. Agora, 30 anos depois, é possível perceber com clareza que os músicos negros foram preteridos. Mas isso nunca foi comprovado e houve diferentes motivos para que isso tenha acontecido.


Bruce corre no palco durante show em Wembley, em 4 de julho de 1985

Sobre Bruce, desde o início, o idealizador do Live Aid, o músico Bob Geldof, tentou atrair o cantor para o concerto. Na época, Bruce já tinha um histórico de shows e ações filantrópicas e políticas nos Estados Unidos.

As duas iniciativas mais conhecidas foram as participações no show No Nukes, em 1979, contra a energia nuclear, e no projeto USA For África, de 1985, com Bruce e outros astros da música cantando "We Are The World (WATW)". No dia da gravação de WATW, Gedolf esteve no estúdio para falar sobre as condições desumanas de vida no continente africano.


Bruce diante da multidão que lotou o estádio de Wembley.

No filme When Harvey Met Bob, que conta a história dos bastidores do Live Aid, com foco na relação conflituosa entre Geldof e do promoter musical Harvey Goldsmith, é possível ver a "obsessão" que Geldof tinha em ter a presença de Bruce no concerto. Mas o empresário de Bruce, Jon Landau, na época, disse que o cantor não participaria porque estava cansado depois de uma longa turnê.

Na ocasião, Bruce estava no meio da turnê do disco Born In The USA, que tinha começado em 29 de junho de 1984 e tinha acabado de fazer uma pausa em 7 de julho de 1985, apos 4 shows na Inglaterra, três deles no estádio de Wembley (3, 4 e 6 de julho) e outro no Roundhay Park, na cidade de Leeds, no norte da Inglaterra. A turnê seria retomada no dia 5 de agosto, em Washington (EUA).

Landau afirmou ainda que entre os dias 10 e 24 de julho, Bruce e os músicos da The E Street Band estariam de folga, e que só retomariam os ensaios para a continuação da turnê no último fim de semana de julho.


Bruce tocou em Wembley nos dias 3, 4 e 6 de julho de 1985

Por uma coincidência do destino, Bruce foi exatamente o último artista a se apresentar em Wembley antes do Live Aid. No auge da fama, Springsteen lotou por três dias o mais famoso estádio londrino. Relatos dizem que apesar de não ter participado do Live Aid, Bruce doou equipamentos para o concerto idealizado por Geldof.

A ausência de Bruce no auge da fama em um concerto histórico não pode ser desfeita. Bruce nunca vai dizer que se arrependeu de não ter participado do show. Mas após tantos anos, ainda é difícil acreditar que o músico mais popular do planeta em 1985, ao lado de Prince, não pisou naquele palco e fez história assim como fizeram Queen e o U2, considerado os shows mais impactantes do Live Aid.

Um exercício interessante para o fã de Springsteen fazer é pensar qual teria sido o repertório escolhido para tocar naquele dia 13 de julho. Vale lembrar que cada artista tinha no máximo 20 minutos para se apresentar.

Outro fato que não deve ser esquecido é que em 1985, Bruce tinha em seu catálogo os seguintes discos: Greetings from Asbury Park, N.J., The Wild, the Innocent and the E Street Shuffle, Born to Run, Darkness on the Edge of Town, The River, Nebraska e Born in the U.S.A..

A apresentação de Bruce no Live Aid provavelmente seria acústica, já que reunir a The E Street Band para esse show relâmpago seria muito difícil. A presença de Bruce no concerto, mesmo sem a companhia de sua banda, teria sido impactante da mesma forma.

Então, pense em um setlist de no máximo 20 minutos e com apenas Bruce tocando violão e gaita. E não esqueça do contexto beneficente do show. E uma última "regra". Não vale incluir cover, tem que ser apenas composições próprias.

O meu setlist ideal é o seguinte:

Born To Run
No Surrender
Badlands
Hungry Heart
Thunder Road


Veja abaixo imagens gravadas por um fã, direto da arquibancada, do show do cantor no dia 4 de julho de 1985, em Wembley.

terça-feira, novembro 13, 2018

Asbury Park é Terra Prometida para fãs de Bruce

Há diferentes estágios na vida de um fã. O primeiro dele é consumir sua obra, no caso de cantores, sua música, comprando seus discos. Depois você começa a comprar DVDs e souvenirs, como adesivos, camisetas, revistas, livros, canecas etc.

A outra fase é assistir a um show do seu artista preferido. Essas são as situações mais "comuns" que acontecem com a maioria dos fãs.

Em um segundo estágio entram aqueles fãs que começam a seguir seu músico preferido ao redor do mundo. Além de ter disposição e tempo, é fundamental ter dinheiro para essa "pequena" brincadeira de gente grande.

O penúltimo degrau a ser galgado é conseguir uma foto e um autógrafo. Fã que chegou a este estágio não se incomoda em ficar horas sobre sol forte ou frio congelante para conseguir tocar em seu objeto de desejo e poder registrar esse momento que jamais será esquecido por ele.

O último estágio - se você chegou nele, parabéns - é começar a "vasculhar" a vida pessoal de seu grande ídolo. Isso não quer dizer que você vai virar um detetive para descobrir seus podres. Aprofundar-se no universo pessoal de um ídolo é procurar entender de onde ele veio e se aproximar do seu passado. É isso que fãs de Elvis, The Beatles e U2 fazem ao visitar, respectivamente, as cidades de Memphis (EUA), Liverpool (Inglaterra) e Dublin (Irlanda).

Um fã quando chega neste estágio quer ter uma experiência única e íntima com o seu ídolo. Visitar o lugar onde ele nasceu e cresceu é uma oportunidade única e uma conquista vivida por um pequeno e afortunado grupo de pessoas.

The Stony Pone é o um dos locais obrigatórios para visitar em Asbury Park

Quem deseja fazer essa imersão na história de Bruce Springsteen sabe que todos os caminhos levam a Asbury Park, na costa leste do Estados Unidos, no estado de Nova Jersey, carinhosamente chamado por Bruce de "The Great State of New Jersey".

A chamada Jersey Shore é um celeiro de músicos que fazem a região uma cena de rock importante da costa leste. Entre seus mais conhecidos membros estão Bruce Springsteen e Southside Johnny. Conhecer essa região, que engloba Asbury Park, Freehold, Long Branch, Monmouth e Red Bank, é entrar no universo de Springsteen. Foi nessa região que ele cresceu e iniciou sua carreira de músico. A reputação de Bruce nesta região começou no fim dos anos 60. Desde então, o culto por Bruce só aumentou.

Hoje, há pessoas que se especializaram em mostrar os principais pontos turísticos da cidade com enfase na vida de Bruce. É um passeio imperdível para você que chegou naquele último estágio de fã descrito no início desta matéria.

Um bom ponto de partida é conhecer o livro Rock & Roll Tour of the Jersey Shore, escrito por Stan Goldstein e Jean Mikle. O livro traz cerca de 200 pontos essenciais para conhecer a cena rock and roll da região, 40 deles em Asbury Park e 30 em Freehold (cidade onde Bruce nasceu). Saiba mais sobre o livro clicando aqui.

Com o guia em mãos, qualquer pessoa pode encontrar, por exemplo, a casa onde Bruce foi morar em 1958, no 39½ Institute Street, em Freehold.

Outro local icônico é o cruzamento entre a Rua E e a 10th avenida, em Belmar, em Nova Jersey (foto ao lado). O local faz referência ao nome dado à banda The E Street Band e também ao nome da música "Tenth Avenue Freeze-Out", do disco Born To Run, de 1975. No local, foi instalada uma réplica da guitarra do cantor.

Outros pontos importantes são o clube The Stone Pony, Asbury Park, local preferido por Bruce para se reunir com os amigos e fazer uma jam, e o histórico Convention Hall, Asbury Park, onde Bruce tocou várias vezes, e fica na boardwalk, um calçadão de madeira beirando o oceano.

No mesmo local, o visitante ainda encontra o Madam Marie, local sitado por Bruce na canção "4th of July, Asbury Park (Sandy)", do seu disco de estreia Greetings from Asbury Park, N.J., de 1973. Ao lado do Convention Hall também fica o Carrossel, local onde aconteceu a última apresentação do saxofonista Clarence Clemons ao lado de Bruce, em 7 de dezembro de 2010.


Convention Hall, em Asbury Park, foi palco de várias apresentações de Bruce

O vídeo abaixo mostra alguns pontos turísticos com referências à vida e obra de Bruce.




O vídeo abaixo mostra o jornalista Stan Goldstein passeando pelas ruas de Freehold.

quinta-feira, outubro 11, 2018

Live 1975–85

O dia 10 de novembro de 1986 é um entre tantos momentos marcantes na carreira de quatro décadas de Bruce. Foi neste dia que foi lançado o primeiro disco ao vivo oficial do cantor: Live 1975–85.

Na época, a caixa com 5 LPs se tornou o disco ao vivo mais vendido da história do mercado fonográfico americano. O recorde permaneceu até 1998, quando foi superado pelo disco duplo do cantor country Garth Brooks.

Na década de 1980, Bruce já era um dos artistas com o maior número de bootleg - discos não oficiais, na sua maioria gravados em shows - em circulação.

O lançamento de uma caixa, com 40 músicas e mais de 3h de música ao vivo e oficial, foi recebido com euforia pelo fãs. A reputação do cantor com seus longos shows já era conhecida por todos. Antes do lançamento desta caixa, Bruce fez três bem sucedidas turnês dos discos Darkness On The Edge Of Town, The River e Born In The USA.

A caixa é lançada dois anos após Born In The USA e um ano depois da turnê que varreu os Estados Unidos e a Europa, fazendo de Bruce o artista norte-americano mais popular do planeta. Isso sem falar na participação de Bruce no projeto USA For África, em janeiro de 1985, ao lado de Tina Turner, Michael Jackson, Lionel Richie, Bob Dylan, Ray Charles e Quincy Jones.


Bruce durante a turnê Born In The USA, que passou pela Europa, Austrália e Japão

Os registros foram feitos nos principais palcos onde Bruce se apresentava com frequência: Meadowlands Arena (Nova Jersey), Roxy Theatre (Califórnia) e Giants Stadium (Nova Jersey). Nunca foi explicado o motivo de não terem usado algumas apresentações gravadas na Europa. Na ocasião, Bruce já tinha se apresentado na França, na Espanha e na Inglaterra, seu primeiro show fora dos Estados Unidos, em Londres, em 1975.

Os discos, de uma forma geral, trazem as grandes canções do cantor, entre elas "Thunder Road", "Growin Up", "Backstreets", "Hungry Heart", "Badlands", "The River", "The Promise Land", "Spirit In The Night"", "Born To Run", "Born In The USA" e ""Tenth Avenue Freeze-Out". Além disso, há temas que nunca tinham sido lançados por Bruce, como "War", "Paradise by the "C"", "Seeds", "Fire" e "Because The Night", essa última já conhecida com a cantora Patti Smith, com quem Bruce compôs a música.


Após três anos sem gravar, Bruce lança Darkness On The Edge Of Town e sai em turnê

Mas é claro que muita coisa boa ficou de fora, em especial temas que sempre se mostram potentes ao vivo, como por exemplo "Jungleland", "Prove It All Night", "Trapped", "Santa Claus is Coming To Town" e "Be True". O disco Born In The USA (BITUSA) foi o que ganhou mais espaço, com sete de suas 12 músicas incluídas no disco. Estranhamente, dois dos mais populares temas de BITUSA - "Dancing In The Dark" e "Glory Days" - não foram selecionadas nesta caixa.

A caixa, tanto na versão em LP como em CD, traz um encarte de 36 páginas com belas fotos - de todas as fases do cantor até 1985 - e com as letras das 40 músicas. Veja o encarte completo aqui.


A caixa traz seis canções - gravadas em 1975 e 1978 - dos dois primeiros discos lançados por Bruce

O disco Live In New York City, em 2001, gravado ao vivo no Madison Square Garden, em Nova York, durante a Reunion Tour, em 2000, é outro álbum ao vivo do cantor. O CD duplo traz os grandes sucessos do cantor e as inéditas "Land Of Hope And Dreams" e "American Skin (41 Shots)".

Em 2007, um novo registro oficial ao vivo é lançado: Live In Dublin. O disco traz Bruce ao lado da The Sessions Band, banda que acompanhou o cantor durante a turnê do disco We Shall Overcome: The Seeger Sessions . Além das músicas de Pete Seeger, o show também traz clássicos como "Growin' Up, "Atlantic City e "Blinded By The Light".


Consumidora olha a caixa de LPs do cantor em uma loja da Tower Records, nos EUA, em 1986





Veja abaixo todas as músicas, datas e locais onde foram gravadas as 40 canções desta caixa:

"Thunder Road"
Outubro 18, 1975, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Adam Raised a Cain"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Spirit in the Night"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"4th of July, Asbury Park (Sandy)"
Dezembro 31, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Paradise by the "C""
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Fire"
Dezembro 16, 1978, Winterland, San Francisco

Growin' Up"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"It's Hard to Be a Saint in the City"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Backstreets"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Rosalita (Come Out Tonight)"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Raise Your Hand"
Julho 7, 1978, Roxy Theatre, West Hollywood, California

"Hungry Heart"
Dezembro 28, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Two Hearts"
Julho 8, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Cadillac Ranch[e]"
Julho 6, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"You Can Look (But You Better Not Touch)"
Dezembror 29, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Independence Day"
Julho 6, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Badlands"
Novembro 5, 1980 ASU Activity Center, Tempe, Arizona

"Because the Night"
Dezembro 28, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Candy's Room"
Julho 8, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Darkness on the Edge of Town"
Dezembro 29, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Racing in the Street"
Julho 6, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"This Land Is Your Land" (writers: Woody Guthrie)
Dezembro 28, 1980, Nassau Coliseum, Uniondale, New York

"Nebraska"
Agosto 6, 1984, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Johnny 99"
Agosto 19, 1985, Giants Stadium, East Rutherford, New Jersey

"Reason to Believe"
Agosto 19, 1984, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Born in the U.S.A."
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"Seeds"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"The River"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"War"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"Darlington County"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"Working on the Highway"
Agosto 19, 1985, Giants Stadium, East Rutherford, New Jersey

"The Promised Land"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"Cover Me"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"I'm On Fire"
Agosto 19, 1985, Giants Stadium, East Rutherford, New Jersey

"Bobby Jean"
Agosto 21, 1985, Giants Stadium, East Rutherford, New Jersey

"My Hometown"
Setembro 30, 1985, Los Angeles Coliseum

"Born to Run"
Agosto 19, 1985, Giants Stadium, East Rutherford, New Jersey

"No Surrender"
Agosto 6, 1984, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Tenth Avenue Freeze-Out"
Agosto 20, 1984, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

"Jersey Girl"
julho 9, 1981, Meadowlands Arena, East Rutherford, New Jersey

quinta-feira, setembro 27, 2018

The Complete Video Anthology

Na Era do Youtube e da SmartTV, a relevância da MTV - que brilhou durante as décadas de 1980 e 1990 - simplesmente desapareceu. O modo de consumir música e promovê-la não passa mais pela MTV ou até mesmo pelo rádio. Diante disso, ter um clipe "bombando" na TV não é mais prioridade de gravadoras e artistas.

Mas há trêS décadas, essa situação era completamente diferente. Ter um vídeo no topo da parada da MTV ou da VH1 era garantia de boas vendas, super exposição e, por fim, muito dinheiro em caixa. Quem viveu aquela época não ficou imune aos clipes de Michael Jackson, Madonna, Dire Straits, Peter Gabriel, Prince, Police, Duran Duran, Cyndi Pauper e Bruce Springsteen.

A importância de um vídeo clipe bem produzido e bem sacado era tão importante quanto ter uma boa canção para vender. Bruce, assim como os citados acima, também soube aproveitar a novidade para marcar ainda mais o seu território.

O DVD duplo The Complete Video Anthology 1978-2000 é uma ótima retrospectiva da história de Bruce na telinha. Os 32 vídeos, boa parte deles ao vivo, mostram a evolução do cantor no decorrer de sua carreira. Bruce passou por diferentes momentos durante esses 22 anos retratados aqui.

O primeiro registro é "Rosalita (Come Out Tonight)", filmado ao vivo em Phoenix. O vídeo mostra Bruce ao 29 anos, durante a turnê do disco Darkness on the Edge of Town. No final da apresentação, Bruce é literalmente atacado por uma fã mais afoite, que não perde a chance de levá-lo ao chão com um belo beijo na boca.

"The River" e "Thunder Road" também aparecem aqui em versão ao vivo. Os vídeos foram gravados em setembro de 1979, no Madison Square Garden, durante o show No Nukes, concerto que contou com a participação de Carly Simon, James Taylor, Jackson Browne, entre outros.

O primeiro "clipe" de Bruce acontece em 1982, um ano após o nascimento da MTV. A música escolhida foi "Atlantic City", gravado em preto e branco. Um dos temas mais importantes do disco acústico Nebraska, o vídeo mostra imagens, gravadas de dentro de um carro, da região de Atlantic City


Bruce e o diretor Brian De Palma durante a gravação do clipe de "Dancing In The Dark"

O aumento da influência da MTV aconteceu, coincidentemente, com o lançamento do disco Born In The USA (BITUSA), até hoje o álbum mais vendido de Bruce. Os anos de 1984 e 1985 foram definitivo para a carreira de Bruce. Além de uma turnê, que durou 1 ano e 4 meses, Bruce mergulhou na febre dos vídeos clipes e se deu muito bem.

São desta época os clipes "Dancing In The Dark", "I'm On Fire", "Glory Days", "Born In The USA" e "My Hometown". Todos do disco BITUSA. "Dancing" e "I'm On Fire" foram premiados com MTV Video Music Awards, em 1985. O vídeo de "Dancing" é até hoje o clipe mais lembrado do cantor. Além da música de sucesso, o vídeo dirigido pelo cineasta Brian De Palma (foto acima) traz a jovem Courtney Cox, na época desconhecida, subindo ao palco para dançar com Bruce. Na época, esse era o desejo de 10 entre 10 fãs mulheres do músico.

"Glory" mostra Bruce tocando em um pequeno bar ao lado da The E Street Band. Esse é o primeiro vídeo oficial do cantor onde aparece a cantora Patti Scialfa, recém contratada para fazer a turnê ao lado de Bruce. O clipe também mostra o guitarrista Stevie Van Zandt, que estava de saída da The E Street Band. "My Hometown", gravado ao vivo em Los Angeles, em 1985, mostra Bruce interpretando uma das mais singelas músicas de sua carreira. Destaque para o belo arranjo feito pelo guitarrista Nils Lofgren.

"I'm On Fire" (foto ao lado) é o clipe onde Bruce mostra o seu lado "ator". Nele, Bruce é um mecânico assediado por uma cliente rica. Bruce - mesmo em chamas, como sugere a canção - segura o seu ímpeto e acaba voltando para casa a pé e sozinho.

Por fim, a música tema. "Born" virou um hino na carreira de Bruce. Apesar de mal entendido pela maioria dos brasileiros, a música tem um batida forte e um Bruce de voz potente e vigorosa. No clipe, ao vivo, Bruce empunha sua guitarra com seu visual roqueiro "sujo" e cenas do cotidiano do americano aparecem para ilustrar uma das mais emblemáticas canções de seu repertório.

Os próximos três vídeos serviram de apoio na divulgação do lançamento da caixa de cinco LPs Live/1975–85, lançado em novembro de 1986. Todos gravados ao vivo, em diferentes momentos, mostram como Bruce é onipresente quando está em um palco. Em "War", cover do cantor Edwin Starr, Bruce canta com um vigor incrível. Antes das imagens do show, cenas de guerra são acompanhadas de um pequeno discurso do cantor sobre as consequências da guerra. Outro destaque é o inspirado solo de guitarra de Lofgren.

"Fire", canção de Bruce gravada pelo trio The Pointer Sisters, traz apenas Bruce, Lofgren (violão) e Danny Federici (acordeão) no palco. Gravado durante um show beneficente, em 1986. Bruce faz uma bela e sensual versão do tema. "Fire" só saiu oficialmente nesta caixa de LPs, mas com uma versão bem "abaixo" em comparação com a interpretada no clipe.

"Born To Run" mostra diferentes imagens da turnê BITUSA. A nova versão da clássica composição de Bruce é contagiante e cabe muito bem com trilha para as imagens oferecidas pelo vídeo. Um belo registro da turnê.

Após o sucesso de BITUSA, a expectativa por um novo álbum era enorme, mas Bruce voltou mais introspectivo e diferente do "super-herói" que tomou conta das paradas dois anos antes. O álbum Tunnel Of Love traz belas canções, na sua maioria lentas e cheias de questionamentos sobre a vida a dois. Neste DVD, cinco temas foram tirados deste disco: "Brilliant Disguise", "Tunnel Of Love", "One Step Up", "Tougher Than The Rest" e "Spare Parts".

"Brilliant"(foto ao lado) é o primeiro single do disco. O clipe, gravado em preto e branco, mostra Bruce tocando violão em sua cozinha e nada mais. A grande sacada é como isso foi gravado.

No decorrer da canção, a câmera vai se aproximando lentamente do rosto de Bruce, criando quase que um transe no telespectador.

"Tougher" é um belo registro da turnê Tunnel of Love Express Tour. Gravado ao vivo, em abril de 1988, o vídeo mostra o "início" do namoro entre Bruce e Patti. Os olhares entre eles durante o clipe dizem tudo.

"Tunnel" e "One Step" são clipes "verdadeiros", com preocupação de edição, direção, luz e tudo que faz um clipe ser assistido. Destaque para a canção "One Step". Nela, Bruce faz um marido em conflito com o seu casamento e consigo mesmo. Bruce aparece em um bar bebendo e "pensando" na vida. Por fim, "Spare" volta a mostrar o força de Bruce ao vivo. Gravado na Europa, em 1988, a música fala sobre uma mulher que é abandonado com um filho pequeno e que não sabe como lidar com essas situação. A interpretação de Bruce é precisa, como de costume. Destaque para o belo solo de guitarra de Bruce.

O último clipe do primeiro disco é um registro histórico do cantor. Interpretando "Born To Run" em versão acústica, Bruce relê um dos mais emblemáticos temas de sua carreira. Sozinho no palco, o vídeo foi gravado em Los Angeles, em 1988, e traz Bruce apenas com gaita e violão.

O segundo disco mostra o hiato que aconteceu na carreira do cantor. O disco "Tunnel" foi lançado no fim de 1987 e seu próximo álbum de inéditas só aconteceu em 1992, com os discos Human Touch e Better Days. Os dois discos lançados simultaneamente dividem a opinião dos fãs até hoje. A ausência da The E Street Band é notada, mas isso não deixou os discos piores, apenas diferentes.

Na ocasião do lançamento, o clipe de "Human Touch" (animação ao lado), uma bela produção, diga-se de passagem, foi onipresente na MTV, inclusive no Brasil. A divulgação também contou com um especial, o MTV Plugged, com Bruce tocando ao vivo ao lado de sua nova banda.

Outros dois clipes saírem dos "ãlbuns gêmeos". "Leap Of Faith" é um registro importante da turnê que percorreu Estados Unidos e Europa entre junho de 1992 e junho de 1993. Já "57 Channels (And Nothin' On)" mostra Bruce tocando baixo em frente a uma dezena de televisores. Clipes esquisito, música esquisita....foi bem apropriado.

Em 1995, Bruce volta a reunir a The E Street Band em ocasião do lançamento de sua primeira coletânea oficial. No disco, além dos clássicos, o fã teve a oportunidade de ouvir 5 novas canções, entre elas "Streets Of Philadelphia", tema escrito para o filme homônimo, que deu o Oscar de melhor canção para Bruce. No clipe, dirigido por Jonathan Demme e Ted Demme (foto abaixo)), Bruce anda pelas ruas da Filadélfia e imagens do filme estrelado por Tom Hanks, que faz um advogado com aids, aparecem ao som da bela e comovente canção.


Jonathan Demme (esq) e Ted Demme (dir) com Bruce durante o clipe "Streets Of Philadelphia"

Outros dois temas desse coletânea "Murder Incorporated" e "Secret Garden" também foram incluídos neste DVD. "Murder", gravado ao vivo, mostra Bruce e os velhos camaradas da The E Street Band tocando no Tramps, uma pequena casa de shows em Nova York.

O registro tem um forte apelo emocional. Foi a primeira vez que Bruce voltou a tocar com sua banda após sete anos. "Garden" é um singelo vídeo ((foto ao lado) para uma singela canção. A balada tem como estrela diferentes mulheres, todas com os seus "Jardins Secretos".

"Hungry Heart" aparece aqui em uma versão gravada ao vivo em um bar de Berlim, na Alemanha. Bruce está acompanhado de uma banda alemã e rodeado de centenas de pessoas se acotovelando no pequeno local e na rua para poder assisti-lo "na faixa".

Bruce volta a flertar com o cinema no filme Dead Man Walkin', dirigido por Tim Robbins e estrelado por Sean Penn e Susan Sarandon. O clipe mostra cenas do filme.

No fim de 1995, Bruce surpreende novamente seus fãs ao lançar The Ghost of Tom Joad, disco que levou o Grammy de melhor álbum folk. O clipe da faixa-título não traz Bruce. Mostra apenas algumas imagens secas, como em um deserto.

Felizmente o próximo vídeo, um registro de Bruce no programa de TV The Tonight Show, mostra o cantor fazendo uma versão com violão e gaita. Foi nesse formato que Bruce, na ocasião, excursionou pelos EUA para divulgar "The Ghost", solo, com seus cabelos com geo, barba e, é claro, uma história de duas décadas de repertório.

"Highway Patrolman", música do disco Nebraska, aparece aqui com imagens do filme Indian Runner, escrito e dirigido por Sean Penn. O filme foi baseado no personagem desta música de Bruce. Outro registro que vale comemorar neste DVD é da música "If I Should Fall Behind", originalmente lançada no disco Lucky Town, de 1992. Aqui, ela é interpretada quase que a capella por Bruce, Steve, Nils, Patti e Clarence, cada um deles ao seu estilo. Uma bela versão de uma música tocante.



Por fim, uma versão acústica de "Born In The USA", gravada no programa de TV The Charlie Rose Show, em 1988. Bruce usa um violão de 12 cordas e abusa do slide para fazer uma versão mais parecida com a composição original. Definitivamente mais bela que a versão rock que estourou em 1984.

Disc 1

1. Rosalita (Come Out Tonight)
2. The River
3. Thunder Road
4. Atlantic City
5. Dancing In The Dark
6. Born In The U.S.A.
7. I'm On Fire
8. Glory Days
9. My Hometown
10. War
11. Fire
12. Born To Run
13. Brilliant Disguise
14. Tunnel Of Love
15. One Step Up
16. Tougher Than The Rest
17. Spare Parts
18. Born To Run (Acoustic)

Disc 2

1. Human Touch
2. Better Days
3. 57 Channels (And Nothin' On)
4. Leap Of Faith
5. Streets Of Philadelphia
6. Murder Incorporated
7. Secret Garden
8. Hungry Heart
9. Dead Man Walkin'
10. The Ghost Of Tom Joad
11. The Ghost Of Tom Joad (From "The Tonight Show with Jay Leno")
12. Highway Patrolman
13. If I Should Fall Behind
14. Born In The U.S.A. (From Charlie Rose)

terça-feira, setembro 18, 2018

Bruce ao redor do mundo

Todos sabem da vitalidade de Bruce durante seus shows, ou melhor, maratonas musicais.

Após 40 anos na estrada, Bruce é sinônimo de concertos inesquecíveis e de uma entrega no palco que dificilmente é superada por outro músico.

Ele já esteve nos principais palcos do mundo e em todos os continentes. Suas turnês duram cerca de 8 meses cada.


As mais emblemáticas até hoje são as dos discos The River, Born in The U.S.A, Tunnel Of Love e The Rising. Cada uma com sua característica, sua época e seu momentos icônico.

A estreia fora dos Estados Unidos aconteceu no mitológico Hammersmith Odeon, em Londres, em novembro de 1975. Bruce declarou que sua estreia fora dos Estados Unidos foi importante, mas não escondeu também um certo desconforto. Ele só voltaria a tocar fora dos Estados Unidos na turnê do disco The River, em 1981, quando tocou em Hamburgo, na Alemanha, em abril.


Poster promocional do show em Londres, o primeiro de Bruce fora dos EUA, em 1975

Ao todo, incluindo os Estados Unidos, Bruce tocou em 34 países, sendo que em 10 deles se apresentou apenas uma vez. Desse shows únicos, seis fizeram parte da turnê Human Rights Now, que aconteceu entre 2 de setembro e 15 de outubro de 1988. São eles: Costa Rica, Índia, Costa do Marfim, Hungria, Grécia e Zimbábue.

No ranking dos países que receberam menos Bruce estão Polônia e República Checa, com dois shows em cada país. Brasil, Argentina e Nova Zelândia tiveram a oportunidade de vê-lo ao vivo apenas três vezes em quatro décadas de carreira. Nossos irmãos portugueses estão em vantagem, com quatro aparições, sendo que uma delas foi a participação especial no show dos Rolling Stones, durante a edição de 2014 do Rock in Rio Lisboa.


Bruce canta "Wrecking Ball" no Giants Stadium, em 30 de setembro de 2009

O top 10 dos países que mais viram Bruce ao vivo - com exceção dos Estados Unidos, é claro - é o seguinte: Inglaterra (103), Alemanha (62), Itália (54), Canadá (53), Espanha (51), França (45), Austrália (44), Suíça (37) e Irlanda (28).

Nos Estados Unidos, os locais onde Bruce mais tocou foram o Madison Square Garden, em Nova York, com 49 shows, o L.A. Memorial Sports Arena, Los Angeles. na Califórnia, com 35 shows, o Continental Airlines Arena, em East Rutherford, Nova Jersey, com 25 concertos.


Convention Hall, em Asbury Park, Nova Jersey, foi inaugurado em 1930

E, é claro, o Walter Kerr Theatre, na Broadway, em Nova York, onde Bruce ficará em cartaz até dezembro de 2018. A temporada no Kerr terá 237 shows. Outros destaques são o The Bottom Line, também na cidade de Nova York, com 18 apresentações e no Giants Stadium, em Nova Jersey, com 24 shows.

Também figuram como palcos fundamentais na carreira de Bruce, três locais que se tornaram pontos turísticos da cidade de Asbury Park, em Nova Jersey. Stone Poney, Convention Hall e o Paramount Theatre. Aqui se "respira" Bruce Springsteen. Para ter mais informações sobre os locais onde Bruce tocou durante toda a sua carreira, visite o site My Bosstime. Clique aqui e boa diversão.


Bruce toca "Land of Hope and Dreams" no Madison Square Garden, em Nova York, em 2000


Bruce toca "Streets of Fire" no Paramount Theatre, em 2009

quarta-feira, setembro 05, 2018

Bruce e seus chapas

A identidade musical de cada músico é muito particular. Cada um tem sua maneira de compor, de cantar e de se posicionar diante de seus fãs e das mais diferentes questões que pairam sobre a sociedade.

A empatia entre músicos e uma possível colaboração entre eles é algo que pode acontecer a qualquer um e a qualquer momento.

As causas dessa aproximação têm em seu cerne, além da inquietação natural de todos os músicos, os princípios que cada um traz consigo, fruto de sua formação familiar, intelectual e, obviamente, da sua trajetória ao longo de sua carreira e de sua vida.

Bruce tem "escolhido" esses parceiros nas últimas quatro décadas. Seu engajamento em diferentes causas o levaram a compartilhar gravações e o palco com diversos músicos. Mas, acima de afinidades musicais, a onipresença de três músicos chama a atenção dos fãs mais antigos do cantor.

Billy Joel, Sting e Bono Vox, três nomes que dispensam apresentação. Um americano do Bronx (Joel), um britânico de Wallsend (Sting) e um irlandês de Dublin (Bono).

Com idades similares, Joel nasceu em 49, Sting em 51, Bono em 60, e Bruce em 49, eles cresceram em épocas parecidas e nutrem uma paixão em comum, a música, apesar de nunca terem gravado juntos.

A amizade de Bruce com cada um deles pode ser comprovada no decorrer dos anos. Talvez a mais forte seja com Sting. Esse vínculo ficou mais forte em 1988, quando eles se uniram para participar da turnê Human Rights Now, patrocinada pela Anistia Internacional.

Durante 45 dias, ao lado de Tracy Chapman, Peter Gabriel e Youssou N'dour, eles viajaram pelos seis continentes - incluindo a América do Sul - levando a mensagem de um mundo sem tortura, sem guerra e mais harmônico.

A turnê desembarcou no Brasil em outubro de 1988. Durantes os shows, Bruce e Sting cantaram em dueto as canções "Every Breath You Take" e "The River".

Em 2009, durante a cerimônia do Kennedy Centre Honours, no qual Bruce foi homenageado, vários artistas interpretaram canções de Bruce, entre eles Eddie Vedder, Melissa etheridge, Ben Happer e Sting, que interpretou "The Rising".

Em 2011, na comemoração do aniversário de 60 anos de Sting, que aconteceu no Beacon Theater, em Nova York, Bruce contou duas músicas: “I Hung my Head” e "Fields of Gold".

Em 2013, Sting participa de outra homenagem a Bruce, desta vez no MusiCares Person of the Year, prêmio concedido pelo Grammy a grandes nomes da música. Na ocasião, Sting interpretou "Lonesome Day". Em 2014 foi a vez de Sting ser homenageado no Kennedy Centre Honours. Para interpretar algumas canções de Sting foram escalados nomes como Bruno Mars, Lady Gaga e Esperanza Spalding. Bruce cantou “I Hung my Head”.

A relação com Billy Joel pode não ter sido tão intensa, mas os dois tem em comum sua paixão pelos Estados Unidos e pela região de Nova York. Bruce é reconhecidamente um observador da realidade norte-americana. Já Joel sempre demostrou sua paixão pelo país por meio de suas canções.

A música mais notória é "New York State Of Mind". É exatamente essa música que Bruce cantou com Joel no show que comemorou os 25 anos do Rock & Roll Hall Of Fame, em 2009, no Madison Square Garden, em Nova York. Os dois também interpretaram "Born To Run".


Vale lembrar que Bruce e Billy também se encontraram no histórico projeto denominado USA For África ( na foto acima Bruce, Michael Jackson e Billy Joel durante a gravação). Em 1985, grandes nomes da música norte-americana, comandados pelo músico Quincy Jones, gravaram a canção "We Are The World", composta por Lionel Richie e Michael Jackson.

Além de Springsteen, Joel, Richie e Jackson, nomes como Tina Turner, Ray Charles, Bob Dylan, Diana Ross e Stevie Wonder soltaram a voz em solidariedade ao continente africano. Toda a venda do disco foi revertida para combater a fome na África.

Em junho de 2018, Joel foi escalado para entregar o Tony especial a Bruce por sua temporada na Broadway com o show Springsteen On Broadway. Um mês mais tarde, Bruce e Billy mais uma vez se encontraram no palco.

Em ocasião da 100 apresentação de Joel no Madison Squared Garden - Joel tocou pela primeira vez aqui em dezembro de 1978 -, Bruce subiu ao palco para compartilhar duas de suas mais importantes músicas com Joel: "Tenth Avenue Freeze-Out" e "Born To Run".


Bruce recebe de Billy Joel o Tony especial por seu show Springsteen On Broadway

Parafraseando Bruce, Last but not least, a história com Bono Vox, vocalista do U2, também demostra a admiração mútua. Engajados em diferentes causas humanitárias, Bruce e Bono participaram ativamente dos concertos pró Anistia Internacional.

Apesar de não terem excursionado juntos - como aconteceu com Sting - Bono também usou seu talento e notoriedade para levar a mensagem da Anistia.

Mas os dois dividiram o palco pela primeira vez em 1987, durante a turnê do disco The Joshua Tree, na Filadelfia. Eles interpretaram o clássico "Stand By Me", de Ben E. King.

Em 1985 aconteceu a primeira "parceria" entre Bruce e Bono. Idealizado pelo guitarrista Steven Van Zandt, o projeto Sun City reuniu dezenas de músicos para chamar a atenção contra o apartheid, regime de segregação racial na África do Sul.

Denominado Artists United Against Apartheid, o grupo contava com nomes do quilate de Miles Davis, Lou Reed, Bob Dylan, Bonnie Raitt, George Clinton, Ringo Star e Bobby Womack.

Mas a cumplicidade entre ambos ficou explicita durante a cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame. Bruce entrou para esse seleto clube em 1999. Como de costume, um orador é escalado para falar sobre o músico homenageado.

Em 1999, coube a Bono a honraria de falar sobre Bruce. Cinco anos mais tarde, em 2005, foi a vez de Bruce fazer o discurso e dar boas-vindas ao U2, que a partir deste ano também entrou para o Rock and Roll Hall of Fame. Durante a cerimônia de 2005, além do discurso, Bruce tocou "I Still Haven't Found What I'm Looking For".

Os caminhos de Bruce e Bono voltam a se cruzar em 2009, durante as comemorações de 25 anos do Rock & Roll Hall Of Fame, no Madison Square Garden. Ambos dividiram o palco com a cantora Patti Smith durante a música "Because The Night". Em seguida, Bruce cantou "I Still Haven't Found What I'm Looking For" ao lado do quarteto irlandês.

Mais recentemente, no dia 20 de maio de 2016, em Dublin, na Irlanda, Bono foi o convidado surpresa na música "Because Te Night", durante a The River Tour, que comemorou os 35 anos do lançamento do disco The River. Foi uma "retribuição" de Bono. Em 2015, foi Bruce que invadiu o palco do U2 no Madison Square Garden, em Nova York. Na ocasião, o U2 fechava uma temporada de 8 shows no Madison.

É claro que Bruce mantém amizades musicais estreitas com outros músicos, além de Joel, Sting e Bono. Nomes como Neil Young, Eddie Vedder, Bob Seger, Patti Smith, Jackson Browne e Paul McCartney também fazem parte do ciclo de amizade de Bruce.


Bruce e Sting cantam a música "The River", em outubro de 1988, na Argentina.