quinta-feira, setembro 12, 2019

Bruce entra para o Rock and Roll Hall of Fame

A cerimônia de entrada para o Rock and Roll Hall of Fame é sempre uma festa concorrida. Além de ser um momento importante na vida de qualquer músico, a festa sempre reúne grandes nomes que, dificilmente, pisariam em um mesmo palco juntos. Para fazer parte deste seleto grupo, o artista tem que ter um disco lançado há pelo menos 25 anos.

Anualmente, dezenas de nomes "disputam" para entrar no Hall da Fama, mas apenas uma dezena tem o privilégio de ser conduzido às portas deste olimpo da música. Assim como acontece com o Grammy, os indicados são selecionados por um grupo de produtores e membros de uma espécie de academia de notáveis.

Atualmente, cerca de 250 músicos estão no Rock and Roll Hall of Fame, que teve sua primeira edição em janeiro de 1986. Os premiados na ocasião foram Chuck Berry, James Brown, Ray Charles, Sam Cooke, Fats Domino, The Everly Brothers, Buddy Holly, Jerry Lee Lewis, Little Richard e Elvis Presley.

Obviamente que nem tudo são flores. Muitos artistas, entre eles Iron Maiden, Ozzy Osbourne e Sex Pistols, já declaram publicamente suas opiniões de aversão e desinteresse de serem indicados. No caso dos Pistols e de Ozzy, que estão no Hall of Fame, ambos se recusaram a receber o prêmio. Ozzy foi indicado com sua banda Black Sabbath.

A entrada de Bruce no Rock and Roll Hall of Fame aconteceu em 15 de março de 1999, no luxuoso Waldorf-Astoria Hotel, na cidade de Nova York, na 14ª edição da cerimônia. Como de costume, um orador é convidado a fazer um pequeno discurso para apresentar o novo membro do Hall of Fame.

O escolhido para falar um pouco sobre Bruce foi o cantor Bono (foto), do grupo U2. Não é de hoje que Bono tem admiração pela música e pela pessoa de Bruce Springsteen. No discurso, o vocalista do U2 falou sobre como Bruce é diferente da maioria dos rock stars e como sua música foi importante em sua formação, quando era um adolescente em Dublin, na Irlanda, no início da década de 1970.

No final, Bono descreveu o cantor da seguinte maneira: "O chamam de O Chefe. Isso é bobagem. Ele não é o Chefe. Ele trabalha para nós. Mais que um chefe, ele é o proprietário, o dono, porque mais do que nenhum outro, Bruce Springsteen é o próprio coração da América." Você pode ler na integra o discurso de Bono clicando aqui.

Em seu discurso de agradecimento, Bruce falou sobe sua mãe, Adele, e como tudo começou quando ela comprou sua primeira guitarra. Também lembro dos produtores e dos técnicos de estúdios que fizeram sua música decolar. Destacou a relação de amizade com o produtor Jon Landau e lembrou da importância que seu ex-produtor, Mike Appel, teve no início de sua carreira.

Sobre os músicos da The E Street Band, Bruce falou sobre como seus músicos são importantes para a sua obra e como foi a entrada de sua mulher, a cantora Patti Scialfa, no grupo. O cantor ainda mencionou a foto que um paparazzi tirou dele e da então backing vocal de sua banda, Patti, em um hotel na cidade de Roma. Mas que depois disso, ele teve os 10 melhores anos de sua vida, ao lado da cantora, com quem teve três filhos.

Bruce também falou da importância e da presença do saxofonista Clarence Clemons em seus shows e da amizade e amor que ambos tem um pelo outro. Emocionado, Bruce descreveu Clarence como uma força da natureza, alguém que traz segurança para ele seguir seu caminho. Na ocasião, Clarence e Bruce tocavam juntos há 15 anos. Você pode ler na integra o discurso de Bruce clicando aqui.

Além de Bruce, outros nove músicos, incluindo o produtor George Martin, conhecido também como o quinto, Beatles, também entraram para o Rock and Roll Hall of Fame na mesma noite. São eles: Billy Joel, Curtis Mayfield, Paul McCartney, Del Shannon, Dusty Springfield, the Staple Singers, Charles Brown, Bob Wills and His Texas Playboys, George Martin.

Para completar a noite, após uma década sem tocarem juntos, Bruce se reuniu com a The E Street Banda para interpretar clássicos de sua carreira, entre eles, "Backstreets", The Promised Land" e "Tenth Avenue Freeze-Out". O guitarrista Stevie Van Zandt, que não tocava com o cantor desde o fim da turnê do disco The River, em 1981, também participou.

Um mês após esta inesquecível noite, Bruce e a banda iniciaram a "The Bruce Springsteen and the E Street Band Reunion Tour", que durou mais de um ano, com 133 shows. O resultado deste reencontro pode ser conferido no DVD Live in New York City, que traz 25 músicas de todas as épocas da carreira de Bruce, além das inéditas "Land of Hope and Dreams" e "American Skin (41 Shots)".

Backstreets



Tenth Avenue Freeze-Out



The Promised Land



Discurso de Bono & Bruce





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