quinta-feira, outubro 07, 2021

Van Zandt escancara sua vida em autobiografia


Cinco anos após a autobiografia Born to Run, de Bruce Springsteen, chegou a vez de Stevie Van Zandt "lavar roupa suja" e abrir o coração na sua autobigrafia, chamada Unrequited Infatuations (Paixões não correspondidas). O cantor, compositor e guitarrista de 70 anos conhece Springsteen desde o fim da década de 1960.

A expectativa era grande para ouvir a versão oficial do cantor para a sua saída "repentina" da E Street Band. É claro que no decorrer do anos, e lá se foram 37 anos, o guitarrista falou sobre isso e declarou várias vezes que foi uma loucura ter abandonado o barco. Van Zandt apareceu pela primeira vez em um disco de Springsteen em 1975, em Born to Run.

E depois vieram os discos Darkness on the Edge of Town, The River e Born in the U.S.A. Ele chegou a gravar o clipe da música "Glory Days", um dos grandes sucessos do álbum BITUSA, mas resolveu deixar a banda antes do início da turnê, em junho de 1984.

A música "Bobby Jean", que faz parte do disco BITUSA é uma homenagem de Bruce a Stevie. A canção fala de um amigo que vai embora sem se despedir. O refrão final diz o seguinte: "Eu apenas queria falar com você uma última vez, não para fazer você mudar de ideia, mas para dizer que sinto a sua falta, desejar boa sorte e dar adeus, Bobby Jean". (And I'm just calling you one last time Not to change your mind, but just to say I miss you, baby Good luck, goodbye, Bobby Jean)

Van Zandt só voltaria a gravar com Springsteen em 1995, quando participou da gravação de músicas para o disco Greatest Hits. Desde então, tem participado de quase todos os álbuns de Springsteen, entre eles, The Rising, Wortking on a Dream, Magic, Wrecking Ball e Letter to You.

Com 416 páginas, o livro também fala sobre a carreira do músico como ator, que trabalhou na icônica série Família Soprano e estrelou Lilyhammer, e seu trabalho como ativista e o projeto Sun City, que denunciou o apartheid na África do Sul, no meio da década de 1980.

Ele fala sobre o impacto que a música "Biko", de Peter Gabriel, teve sobre ele e como isso mudou o rumo de sua vida naquele momento. A luta pela igualdade racial e a libertação do líder sul-africano Nelson Mandela se tornaram quase uma obsessão para o cantor.
Michael Imperioli (Christopher Moltisanti), Van Zandt (Silvio Dante) e James Gandolfini (Tony Soprano)


Em entrevista ao The Times, o músico falou como a relação entre ele e Springsteen inspirou seu personagem na hora de falar algumas verdades difíceis ao personagem de James Gandolfini, protagonista do seriado Os Sopranos. "Certamente poderia me basear em meu relacionamento com Bruce. Parte da obrigação de ser o melhor amigo é que às vezes você tem que trazer más notícias, expressar uma opinião que eles não vão gostar”, explicou Van Zandt.
Bruce e Stevie somam cinco décadas de amizade, dentro e fora dos palcos


O músico também descreve sua morna carreira solo durante as décadas de 1980 e 1990. Mas que nos últimos anos voltou a ocupar espaço na vida do cantor com a retomada, paralelamente à parceria com Springsteen, do seu trabalho solo no comando da Little Steven and The Disciples of Soul, uma banda com mais de uma dezena de músicos.

Em entrevista para divulgar o livro, ele disse que a ideia de escrever uma biografia sobre sua vida aconteceu com a chegada de um empresário, que sugeriu isso. Segundo Van Zandt, ele nunca teve realmente um empresário antes e que isso acabou o ajudando nos últimos anos a organizar sua carreira. Diante do hiato que a pandemia fez na agenda do cantor, ele teve tempo para desenvolver o livro.

Van Zandt durante bate-papo sobre o seu livro em um evento na Holanda


Van Zandt disse que a biografia não tem a intenção de trazer à tona segredos nunca antes revelados. "Eu enviei o livro para duas pessoas: Bruce e Bob Dylan. Ambos são citados no livro e eu queria saber se eles se incomodavam com algo que eu escrevi. Mas ambos me disseram que estava tudo ok. Achei importante consutá-los, pois o livro não tem o objetivo de expor a vida de outras pessoas".

A autobiografia foi muito bem recebida pelos fãs e pela crítica. Uma semana após o seu lançamento, o livro ficou na sexta posição no ranking dos mais vendidos do jornal norte-americano The New York Times. Para saber mais detalhes sobre a carreira do músico, leia a matéria publicada neste blogue em 2019.











70 discos mais populares das últimas sete décadas


O site Discogs traz os 70 discos mais populares entre os internautas que usam a plataforma para catalogar seus discos. A lista está dividida por década, que começa em 1950, um título por ano.

Os artistas que mais aparecem entre os 70 discos são os Beatles, que dominam a década de 1960, o Nirvana, que tem quatro discos, incluindo Nevermind, entre os dez discos da década de 1990, e os ingleses do Pink Floyd, com três discos na década de 1970 (The Wall, The Dark Side of the Moon e Wish You Were Here).

Bruce não aparece na lista, nem mesmo na década de 1980, quando esteve onipresente com os discos The River (1980), Born in the U.S.A. (1984), Live/1975–85 (1986) e Tunnel of Love (1987).

Os álbuns que "tomaram" o lugar de Springsteen nesses quatro anos são: Back in Black, do AC/DC, em 1980, Purple Rain, do cantor Prince, em 1984, Master of Puppets, do Metallica, em 1986, e Appetite for Destruction, do Guns N' Roses, em 1987. Na década de 1980 também ahá discos do Dire Straits, Michael Jackson, Queen, Nirvana e David Bowie.

Em novembro de 1989, a revista Rolling Stone publicou uma lista com os 100 melhores discos da década de 1980. Diferentemente do ranking da Discogs, a revista não se preocupou em escolher um número igual para cada ano da década de 1980. Em resumo, o único critério era o disco ter sido lançando entre 1980 e 1989.


Ranking Discogs


1980 - AC/DC - Back in Black
1981 - Queen - Greatest Hits
1982 - Michael Jackson - Thriller
1983 - David Bowie - Let's Dance
1984 - Prince and The Revolution - Purple Rain
1985 - Dire Straits - Brothers in Arms
1986 - Metallica - Master of Puppets
1987 - Guns N' Roses - Appetite for Destruction
1988 - Metallica - ...And Justice for All
1989 - Nirvana - Bleach


Ranking Rolling Stone


1° The Clash ‧ London Calling
2° Prince ‧ Purple Rain
3° U2 ‧ The Joshua Tree
4° Talking Heads ‧ Remain in Light
5° Paul Simon ‧ Graceland
6° Bruce Springsteen ‧ Born in the U.S.A.
7° Michael Jackson ‧ Thriller
8° R.E.M. ‧ Murmer
9° Richard and Linda Thompson ‧ Shoot Out the Lights
10° Tracy Chapman ‧ Tracy Chapman