sábado, março 15, 2025

Eileen Chapman está à frente do Bruce Springsteen Archives em Nova Jersey

Há uma década Eileen Chapman tem o "melhor emprego" do mundo. Pelo menos é isso que alguns fãs de Bruce Springsteen acham. Mas para conseguir o tão "desejado" emprego de diretora do The Bruce Springsteen Archives and Center for American Music, que fica na Universidade de Monmouth, em West Long Branch, em Nova Jersey, Eillen teve uma longa trajetória em Asbury Park, onde mora desde 1974.

Na década de 1980, ela administrou o Mrs. Jay’s Beer Garden e abriu a primeira loja de CDs de Jersey, em Belmar, entre 1980 e 2000. Depois, administrou o bar Fast Lane por um ano e, em seguida, o mitológico The Stony Pony, entre 2000 a 2003. Ela também participa do conselho municipal de Asbury Park desde 2016.

O acervo que hoje está sob os cuidados de Eillen e sua equipe começou como um projeto de fã. Em 2000, o editor Chris Phillips, do fanzine Backstreets, lançou uma campanha entre os leitores da revista para arrecadar material sobre Springsteen. O chamado deu resultado e, em pouco tempo, Phillips tinha em mãos cerca de 700 itens, entre eles recortes de jornais, revistas, posters, fotos e ingressos de shows, que ficaram guardados temporariamente na Biblioteca Pública de Asbury Park.

Em 2010, enquanto trabalhava no Centro de Artes de Monmouth, Eileen leu no jornal que a coleção havia crescido e que foi necessário deixar parte do acervo em casas de fãs do cantor, já que a biblioteca não tinha espaço. Diante da urgência, Eillen entrou em contato com seu amigo Bob Santelli, um historiador musical, jornalista e educador, e um dos curadores originais do Rock & Roll Hall of Fame and Museum. Santelli, então diretor executivo do Museu Grammy em Los Angeles, sempre sonhou que Monmouth (que ele frequentou e onde mais tarde lecionou) fosse um "centro de pesquisa musical".
Eileen (de pé) e a assistente Connor RuppLocal organizam acervo de 40 mil itens

Com Santelli ao seu lado, Chapman propôs que a universidade de Monmouth acolhece permanentemente o acervo. Mas a biblioteca de Monmouth não estava equipada para lidar com a crescente coleção, então, o presidente da universidade, Paul Gaffney, ofereceu uma casa vazia e sem mobília na Cedar Avenue para abrigar os intens. Nesta época, a coleção já contava com cerca de 15 mil itens.

A ideia de eleger a universidade de Monmouth também recebeu a "bênção" do cantor. Em 2017, Santelli entrou em contato com o empresário de Springsteen, Jon Landau, e falou sobre o assunto. Então, Landau conversou com o cantor, que pediu para Santelli ir até sua casa para conversar a respeito. E foi o que ele fez, pegou um avião, desembarcou em Jersey e se dirigiu até a residência de Springsteen, em Colts Neck, a poucos quilômetros de Monmouth. Springsteen então foi pessoalmente ver o acervo e gostou do que viu. Atualmente, Santelli é o diretor executivo do The Bruce Springsteen Archives and Center for American Music.

Atualmente, o acervo tem cerca de 40 mil itens e continua em Monmouth sob os cuidados de Chapman, e disponível para ser visitado e consultado por qualquer pessoa que se interessar. Basta apenas entrar em contato (echapman@springsteenarchives.org) e agendar uma visita. Vale lembrar que o acervo está sempre recebendo novas aquisições doadas por fãs do cantor vindas de vários partes do mundo. Escute a entrevista concedida por Eileen Chapman ao podcast For The Love of E Street.

Em outubro de 2023, foi anunciado que o acervo ganhará uma nova casa dentro da universidade de Monmouth. Um novo prédio está sendo erguido para abrigar a coleção. O espaço também receberá exposições e se tornará um centro de pesquisa sobre os músicos pioneiros dos Estados Unidos. Programado para ser inaugurada em abril de 2026, a nova sede do Bruce Springsteen Archives and Center for American Music terá um teatro com 250 lugares, galerias de exposição, elementos interativos e iniciativas educacionais, incluindo uma parceria com a organização TeachRock, do guitarrista Steven Van Zandt.

Segundo o site oficial do The Bruce Springsteen Archives, a Monmouth University teve um papel importante na história musical de Bruce Springsteen e Jersey Shore. A universidade foi o local de muitos dos primeiros shows de Springsteen de 1969 a 1974, e está localizada próximo ao local onde, em 1974, Springsteen escreveu a canção "Born to Run". Conheça também a história de outro museu sobre o cantor em sua cidade natal Freehold.
Prédio que abrigará acervo está sendo erguido no câmpus da Monmouth University
Além do acervo sobre Springsteen, local abrirá exposições relacionadas à música
Local também contará com um teatro com 250 lugares




FONTE: New Jersey Monthly

sexta-feira, fevereiro 28, 2025

5 décadas de Born to Run


O ano de 2025 marca uma data histórica na carreira de Springsteen, nada mais nada menos do que o aniversário de 50 anos do lançamento do seu disco mais icônico: Born to Run, que chegou às lojas em 25 de agosto de 1975, após um longo processo de gravação que durou 14 meses.

Após dois discos aclamados pela crítica (Greetings from Asbury Park, N.J. e The Wild, The Innocent And The E Street Shuffle), mas pouco consumido pelo público, Springsteen sabia que seu terceiro disco tinha que ser poderoso e intenso, e que seria sua última chance dentro da gravadora Columbia. Caso o disco não vingasse, ele provavelmente seria dispensado e seu futuro na industria musical poderia ser selado.

Mas o cantor sabia o que tinha em mãos e por isso não teve pressa para lançar o disco, apesar da pressão da gravadora após meses de atrasos e adiamentos. Springsteen resolveu chamar o produtor e crítico musical Jon Landau para co-produzir o disco ao lado de Mike Appel, que foi o produtor dos dois primeiros disco do cantor.

Além de Landau, o disco também marca a estreia do baterista Max Weinberg, do pianista Roy Bittan, e do guitarista Steven Van Zandt. Curiosamente, a faixa-título não foi gravada por Bittan e Weinberg. "Born to Run" foi gravada antes do baterista Earnest Carter e do pianista David Sancious deixarem a banda.
Springsteen nas capas de duas importantes revistas dos EUA na mesma semana

Felizmente, o destino de Born to Run seria bem diferente dos primeiros dois discos. O álbum chegou à terceira posição na parada Top 200 da revista Billboard, recebeu elogios da Rolling Stone, do New York Times e do The Village Voice, e fez o cantor se tornar o primeiro e único músico a estampar a capa das revistas Time e Newsweek na mesma semana.

A pergunta que sempre fica no ar é a seguinte: Por que Born to Run se tornou um sucesso? Em uma matéria escrita por Jordan Blum, para o site oficial do Grammny, ele afirmou que o disco traz uma sequência sucinta, porém exploratória, cuja abordagem, ao estilo "wall of sound, de Phil Spector ,se baseou em tudo o que seus dois primeiros discos fizeram de maneira excepcional. Essa conquista, juntamente com uma linha conceitual mais estabelecida envolvendo personagens separados, mas semelhantes, existindo nos mesmos lugares e buscando tipos semelhantes de liberdade, deixa claro por que Born to Run ainda é tão reverenciado e idiossincrático. "Cada uma de suas oito canções parece uma adaptação musical cinematográfica de um conto ressonante, e Springsteen projetou cada lado para começar com esperança e terminar com tristeza", concluiu Blum.

Para os fãs, a explicação é bem mais simples. Como não amar um disco que começa com "Thunder Road" e termina com "Jungleland"? Pode parecer uma maneira simplória de definir um disco tão cultuado como este, mas não podemos dizer que os fãs não tenham um "pouco de razão", não é mesmo?
Caixa lançada em 2005 comemora 30 anos do álbum e traz concerto em Londres

Em 2005, para comemorar 30 anos do lançamento do álbum, Springsteen lançou uma caixa com o CD original e mais dois DVDs, um com um documentário sobre a produção do disco, com muitas imagens da banda no estúdio de gravação, e outro com um show inédito gravado no Hammersmith Odeon, na cidade de Londres, em 1975. Segundo o próprio cantor, essa apresetnação ficou perdida entre centenas de materiais que ele tinha em casa, e que acabou sendo descoberto por acaso. O áudio do concerto de Londres foi lançado em um CD duplo.