Bruce Springsteen concorre no próximo dia 7 de janeiro ao prêmio Globo de Ouro na categoria música orginal com a canção "Addicted to Romance", do filme She Came to Me, estrelado por Peter Dinklage, Anne Hathaway e Marisa Tomei.
O filme ainda não tem data para estrelar no Brasil e nem um nome oficial em português. Entre as categorias de cinema, Barbie e Oppenheimer lideram, com nove e oito indicações, respectivamente.
A música, que conta com a participação da mulher de Springsteen, a cantora Patti Scialfa, também inclui Ron Aniello nos teclados e produção, Benjamin Lanz no trombone, Kyle Resnick no trompete, Bryce Dessner produzindo a orquestra e André De Ridder conduzindo a orquestra.
Bruce, Patti Scialfa e o ator Mickey Rourke na cerimônia do Golden Globe (2009)
Essa foi a terceira indicação do cantor para o Globo de Ouro. Nas duas primeiras vezes ele concorreu e ficou com o prêmio. Em 1994, ele levou pela música "Streets of Philadelphia", do filme Filadélfia, estrelado por Tom Hanks e Denzel Washington. Depois, em 2009, foi a vez da canção "The Wrestler", tema do filme homônimo, estrelado por Mickey Rourke e Marisa Tomei. O cantor também levou o Oscar de melhor canção pela música "Streets of Philadelphia".
OS INDICADOS:
"Addicted to Romance”, por Bruce Springsteen e Patti Scialfa (She Came to Me)
“Dance the Night”, por Caroline Ailin, Dua Lipa, Mark Ronson e Andrew Wyatt (Barbie)
“I’m Just Ken”, por Mark Ronson e Andrew Wyatt (Barbie)
“Peaches”, por Jack Black, Aaron Horvath, Michael Jelenic, Eric Osmond e John Spiker (The Super Mario Bros)
“Road to Freedom”, por Lenny Kravitz (Rustin)
“What Was I Made For?”, por Billie Eilish e Finneas (Barbie)
O ano de 2023 deveria ter sido um dos mais movimentados na vida de Springsteen, com dezenas de shows nos Estados Unidos e na Europa.
Mas o cantor foi obrigado a adiar vários shows no início de setembro por causa de um problema de saúde, frustrando assim milhares de fãs que disputaram "no tapa" os ingressos assim que foram colocadas à venda em 2022. Agora, o cantor remarcou os shows adiados para 2024 e incluiu novos concertos no Canadá, Europa e Estados Unidos.
Mas a vida não gira apenas ao redor de Springsteen, não é mesmo? Por isso, decidi fazer uma lista de fim de ano com os 10 discos que mais gostei em 2023. Como acontece com todas as listas, dezenas de discos ficaram de fora e muitos dos escolhidos não irão agradar a todos. Enfim, minha preocupação foi evitar ser eclético demais e achei melhor apontar apenas discos de rock e de artistas internacionais. A exceção é o disco ao vivo da cantora Joni Mitchell, que não é exatamente rock.
Vale lembrar que todos os discos indicados podem ser ouvidos na íntegra nos players que estão logo abaixo da resenha de cada um deles. Espero que você goste e aproveite para ouvi-los e ampliar seu horizonte musical. Aproveito para desejar um feliz Ano Novo a todos os fãs de Springsteen que, em algum momento de 2023, tiveram um tempinho para visitar o blog. Grande abraço e nunca esqueça da mensagem do velho Bruce: We learned more from a three-minute record that we ever learned in schooll.
Rival Sons – Lightbringer/Darkfighter
A banda formada em 2009 tem o rock clássico como principal influência. Em várias entrevistas, o cantor Jay Buchanan declarou várias vezes que Small Faces, Led Zeppelin, The Rolling Stones, The Kinks, entre outros, fizeram parte de sua formação musical, mas que o grupo não quer soar como eles. Em 2023, a banda lançou dois discos que se completam - Darkfighter e Lightbringer - com uma diferença de 4 meses entre eles. Vale lembrar que Lightbringer tem "apenas" seis músicas. Mas quem gosta realmente de música não se preocupa com a quantidade de canções, mas sim como elas "batem" na mente, não é mesmo? Então, quem ouvir os novos álbuns do Rival Sons não irá se decepcionar. A voz de Buchanan continua rasgada e potente, assim como a guitarra de Scott Holiday. Não sei se a maioria dos ouvintes terá a mesma sensação que a minha, mas nesses dois álbuns, a banda ficou ainda mais parecida com o Audioslave, com suas devidas diferenças. A sinergia entre Buchanan e Holiday lembra muito a sonoridade de Chris Cornell e Tom Morello. Mas é claro que o Rival Sons faz um rock mais setentista, com guitarras que lembram muito os suecos do The Hellacopters. Enfim, os discos trazem porradas como "Nobody Wants To Die", "Guillotine" e "Horses Breathe", todos do álbum Darkfighter, e "Mercy" e "Sweet Life", do álbum Lightbringer. Destaque para a belíssima balada "Redemption" e para "Before the Fire".
Black Stone Cherry – Screamin’ At The Sky
O quarteto norte-americano liderado pelo cantor e guitarrista Chris Robertson continua afiado, entregando aquilo que seus fãs esperam, ou seja, peso e guitarras afiadas. Apesar de muitas vezes comparado aos canadenses do Nickelback, o Black Stone Cherry tem um som mais consistente, com riffs que tornam as canções mais potentes. Basta ouvir "Out Of Pocket" e "Show Me What It Feels Like" para entender a fórmula da banda, ou seja, o peso das guitarras e a melodia se fundem e tudo se encaixa. O ritmo alucinante permeia todo o álbum, com "When The Pain Comes", "The Mess You Made", "Not Afraid" e "Screamin’ At The Sky", com um belíssimo trabalho do baterista John-Fred Young. A banda está escalada para tocar no Brasil em abril, na edição de 2024 do Summer Breeze Brasil, na capital paulista. Além do grupo, já foram confirmadas as presenças de Gamma Ray, Black Stone Cherry, Overkill Mr. Big, Sebastian Bach, Anthrax, Death Angel, Hammerfall, Biohazard e Angra.
Joni Mitchell - Joni Mitchell At Newport (Live)
O improvável retorno da veterana cantora canadense Joni Mitchell aconteceu em grande estilo, em 2022, durante o tradicional Newport Folk Festival, nos Estados Unidos. Afastada dos palcos desde 2015, quando teve um aneurisma cerebral, Joni reapareceu, aos 78 anos de idade, ainda debilitada fisicamente, mas com a voz ainda intacta e sempre precisa. A apresentação foi um show-supresa, que contou com uma "ajudinha" da cantora Brandi Carlile e do cantor Marcus Mumford, da banda Mumford & Sons. O clima emotivo do momento está por toda a apresentação, em especial nos dois maiores clássicos da cantora "A Case of You" e " Both Sides Now". Não podemos dizer que é um "disco de Joni Mitchell", já que Brandi é quem "comanda" o show com sua afinada e onipresente voz, mas Joni é quem prende a atenção de todos não apenas por sua presença física, mas pelo riquíssimo repertório, que inclui ainda "The Circle Game", "Shine" e a icônica "Big Yellow Taxi".
The Struts – Pretty Vicious
Tenho que confessar que não conhecia a banda britânica pra valer. Já tinha ouvido falar das apresentações performáticas do vocalista Luke Spiller, que sempre o comparam com Freddie Mercury e Steven Tyler (Aerosmith), e escutado uma ou outra música, mas não chamaram a minha atenção. Mas o disco "Pretty Vicious", o quarto do grupo, tem uma pegada mais forte, com Spiller mais maduro e solto nos vocais e guitarras mais nervosas. O primeiro single "Too Good At Raising Hell’, que abre o disco, é um som pra cima, contagiante e que deixa o ouvinte curioso com o que vem adiante. E o grupo entrega um bom repertório, com destaque para "I Won’t Run", "Do What You Want", "Rockstar" e "Remember The Name", que nos faz lembrar dos bons tempos do disco Give Out But Don't Give Up, do Primal Scream. Outro tema contagiante é "Better Love" e a balada roqueira "Hands On Me". O piano de Spiller aparece em outro balada ("Somebody Someday"), que fecha o disco em clima de nostalgia e de esperança gritando aos quatro cantos que "Eu vou ser alguém algum dia".
Extreme - Six
Acreditem ou não, mas depois de hibernarem por 15 anos, o Extreme voltou e com força. A banda que "nunca foi levada a sério" passou toda a carreira fazendo aquilo que queria sem se preocupar com as críticas e a má vontade dos críticos. A parceria entre o guitarrista Nuno Bettencourt e o cantor Gary Cherone continua sendo a mola mestra do grupo, com vocais potente e a a guitarra impressionante de Bittencourt. Não há novidades por aqui para a alegria dos fãs antigos da banda. " Thicker Than Blood", "Rise", "#Rebel", "Mask" e "Save Me" mantêm a temperatura alta, com bons riffs e a já costumeira competência de Bittencourt. Como de costume, o grupo aproveita a voz de Cherone para oferecer algumas baladas para o ouvinte. "Small Town Beautiful" e "Here's to the Losers" seguem a velha fórmula, com violões de backgrround, vozes rasgadas e aquele solo de guitarra para fechar a conta. Por fim, destaque para as belas " Other Side of The Rainbow", a música mais radiofônica de todas, e "Beautiful Girls", que poderia ter sido lançada tranquilamente pelo cantor Jason Mraz.
Ash - Race the Night
É sempre bom ver uma banda da década de 1990 retomando um lugar que um dia já foi seu, pelo menos entre os ouvintes do rotulado "indie rock". A banda irlandesa Ash teve seu momento dentro do movimento Britpop, mas nunca chegaram perto da onipresença de Oasis, Blur ou Suede. Mas, mesmo sem conseguir seu lugar ao sol entre os grandes, a banda manteve sua personalidade musical e continuou fiel aos seus instintos. Agora, após uma pausa de cinco anos, eles retornam com Race The Night, com o cantor e guitarrista Tim Wheeler mostrando fôlego e uma pegada forte. Temas como "Braindead", "Like a God", "Double Dare" e "Usual Places" são canções fortes e apontam o caminho escolhido para um belo álbum. Os fãs de Weezer vão se identificar com "Reward in Mind", "Peanut Brain" e "Over & Out". Por fim, as três "melhores" música do disco: "Summer Devil", como um belo solo de guitarra e outros elementos do rock de arena, "Crashed Out Wasted", que traz a sonoridade do Britpop da década de 1990, e a faixa-título, que só não vira hit porque......bom eu não sei o motivo de uma música tão boa não tocar nas rádios por aqui.
Steve Lukather – Bridges
Aqui temos mais um veterano que poderia estar em casa contanto uma montanha de dinheiro após quatro décadas dedicada a um dos conjuntos mais bem sucedidos de toda a história do rock: Toto. O guitarrista e cantor Steve Lukather retorna com mais um disco solo coerente com sua história e legado. Com participações de Simon Phillips (bateria), Leland Sklar (baixo), Joseph Williams (vocal) e David Paich (vocal), todos integrantes do Toto, em algum momento, o álbum abre com o peso de "“Far From Over”, seguida por "Not My Kind of People", que trazem bons riffs e a sempre marcante guitarra de Lukather. Em “When I See You Again”, ele soa como Neal Schon (Journey), o que sabemos não ser demérito. A balada da vez é "All Forevers Must End", com todos aqueles elementos que levam o público a ligar a lanterna do celular nos shows (antes eram isqueiros, lembra?). Por fim, "Burning Bridges" traz uma pegada mais bluesy, e mostra uma faceta menos conhecida do músico, que se notabilizou pelo talento de criar riff como "Hold The Line", "Rosanna" e "Stop Loving You".
Nils Lofgren – Mountains
O septuagenário guitarrista sempre será lembrado por ser membro da E Street Band, grupo que acompanha o cantor Bruce Springsteen há cinco décadas. Mas uma pequena pesquisa no histórico de Nils Lofgren mostrará que seu talento já esteve a serviço de Neil Young e Ringo Starr. Nada mal, não é mesmo? Paralelamente às gravações e às turnês com Springsteen, Lofgren gravou dezenas de discos solos e manteve um pequeno, mas fiel grupo de fãs. O novo álbum traz participações de Young, Ringo, David Crosby e do baixista Ron Carter. A voz e a guitarra marcantes de Lofgren fazem toda a diferença em temas como "Dream Killer" e "Won't Cry No More". Outro belo momento é a acústica "Nothing's Easy", com Nils e Neil dividindo os vocais, e "Ain't the Truth Enough", em dueto com a cantora Cindy Mizelle, com quem Nils divide o palco nas turnês com Springsteen, e Ringo na bateria. Das 10 faixas, apenas "Back in Your Arms" não foi composta pelo guitarrista. O tema é uma balada composta por Springsteen, que aqui recebe o belíssimo arranjo do Howard College Gospel Choir.
Metallica – 72 Seasons
Depois de um longo hiato, a banda volta com um álbum consistente, sem novidades, é verdade, mas isso não tira o mérito de conseguirem entregar um álbum pesado e com riffs que grudam na mente do fã. A voz de James Hetfield continua potente, e a bateria de Lars Urich tem a consistência de sempre. Por mais que as viúvas do grupo continuem dizendo que Metallica morreu após o disco …And Justice for All, é inegável que o grupo continua relevante e fazendo "barulho" de qualidade. Lembre-se, são quatro décadas juntos, com muitas mudanças no mundo e na indústria fonográfica e, mesmo assim, mostram uma integração invejável. É claro que a banda continua colhendo os frutos de uma carreira longeva, mas isso não fez com quem o grupo se acomodasse, apenas continuam com a fórmula que elevou o grupo a gigantes do rock, desde 1991, com o Black Album. Destaques para as faixas "Lux Æterna", "Inamorata", "72 Seasons" e "Screaming Suicide".
The Gaslight Anthem - History Books
A "pequena" banda de Nova Jersey (EUA) tem feito um trabalho consistente em seus álbuns, mas nunca conseguiu alçar voos mais altos longe da região de sua terra natal. É claro que não chega a ser um problema, já que o grupo liderado pelo guitarrista e vocalista Brian Fallon não parece ter pretensões muito maiores do que isso. Em seu novo álbum, o sexto da carreira, o som cru, que mistura rock com pitadas de punk continua ditando o ritmo, mas parece que a idade dos integrantes, que agora estão na faixa dos 40 anos, fez o espírito mais rebelde ficar meio adormecido. Temas como "A Lifetime Of Preludes", "Michigan, "1975", "Empires" e "The Weatherman" mostram uma faceta mais introspetiva do grupo, com belas melodias e letras que falam de desafios e das dificuldades que cruzam nossos caminhos no decorrer da vida. O disco também conta com a participação especial do cantor Bruce Springsteen, no tema "History Books", a melhor do álbum. Para os fãs mais antigos, "Little Fires" e "Positive Charge" não vão decepcionar, eu garanto.