quinta-feira, setembro 23, 2021

Aniversário em cima do palco


O velho Bruce está ficando mais velho. São 72 primaveras muito bem vividas, em especial nos último 50 anos, não é mesmo?

A biografia do cantor tem números impressionantes. Dezenas de prêmios, milhões de discos vendidos, centenas de shows e milhões de dólares em sua conta bancária.

Coincidencia ou não, no decorrer de sua carreira, Bruce fez apenas quatro shows no dia 23 de setembro. Aparentemente, ele sempre evitou estar no palco no dia do seu aniversário.

A última vez que isso aconteceu foi em 1989, uma pequena apresentação no The Rumrunner, um restaurante em Sea Bright, em Nova Jersey.

Na ocasião, ele tocou sete músicas, entre elas, "Stand By Me", "Sweet Little Sixteeen" e "Having a Party". A primeira vez foi durante a turnê do disco Born to Run, em Ann Arbor, no Michigan (EUA), na Univerdidade do Michigan.

As outras duas vezes foram nas turnês do disco Born in the U.S.A., em 1985, e no da Anistia Internacional, em 1988. O show de 1985 aconteceu no Mile-High Stadium, em Denver, no Colorado. O público estimado foi de 133 mil nos dois shows, um no dia 23 e outro no dia 24.
Bruce e Joan Baez cantam durante a turnê da Anistia Internacional


O show de 1988, que fez parte da turnê da Anistia Internacional, aconteceu no Okland Coliseum, em Okland, na Califórnia (EUA). A apresentação contou com a participação da cantora Joan Baez, que intepretou com Bruce a música "Blowin' In The Wind", clássico composto por Bob Dylan. Menos de um mês após tocar na Califórnia, Bruce se apresentou no Brasil pela primeira vez, em 12 de outubro, no estádio do Palmeiras, na cidade de São Paulo.

Abaixo estão algumas fotos publicadas nas contracapas da revista Backstreets, um fanzine que virou revista e que teve sua última edição em 2013, com uma homenagem ao saxofonista Clarence Clemons. Com quatro edições por ano, a revista trazia sempre em sua contracapa uma foto grande de algum momento da carreira de Springsteen.
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quarta-feira, setembro 15, 2021

Springsteen


A distância entre este livro e o disco Born in the U.S.A., álbum mais popular de Bruce Springsteen, é de 35 anos. Muita coisa aconteceu antes e depois deste marco em sua trajetória. O livro traz textos publicados originalmente no blog Bruce no Brasil (brucenobrasil.blogspot.com), destaca momentos fundamentais em sua carreira e mostra o homem por trás do roqueiro bem sucedido.

Acompanhe Springsteen nos festivais de Glastonbury, Rock in Rio e Nova Orleans, e nos shows do Fenway Park, da Alemanha Oriental e do Super Bowl. Relembre os duetos com Paul McCartney, Roy Orbison, Sting e U2, a entrada para Rock and Roll Hall of Fame e a homenagem recebida do governo dos EUA por sua contribuição à cultura e às artes.

O principal objetivo é “contar a história” de Bruce Springsteen por meio de acontecimentos pontuais que merecem ser lembrados e mais detalhados, mas com o olhar de um fã jornalista preocupado em encontrar um meio termo entre o fato jornalístico e a vontade de compartilhar seu conhecimento e paixão.

Você não será convidado a compreender Bruce Springsteen, longe disso, mas você entenderá que a grande beleza de sua carreira é que ele nunca perdeu suas raízes e nem deixou que todo dinheiro e fama arranhassem seus princípios. Após ler o livro, o leitor perceberá que aquela voz marcante que roubou a cena na emblemática música "We Are the World", em 1985, tem muito mais a oferecer.

Em quatro décadas de carreira, o cantor esteve presente nos principais acontecimentos históricos, políticos e humanitários dos Estados Unidos, sempre com canções críticas ao sonho americano, mas nunca sem perder a esperança por um lugar na Terra Prometida.

Após a autobiografia Born to Run, lançada por Bruce Springsteen em 2016, não seria muito inteligente escrever um livro sobre a história do cantor, afinal, ninguém sabe melhor de sua vida do que o próprio Bruce, não é mesmo? O livro que você tem em mãos não tem a pretensão de contar cronologicamente a vida e obra do cantor.

Aqui, você encontrará um guia prático e informativo sobre os mais diversos aspectos de sua carreira e muitas curiosidades. Shows, discos, fotos, revistas, livros, prêmios, sites, podcasts, festivais, vídeos, duetos, covers e tributos. Enfim, tudo que interessa está aqui. Além disso, o livro mostra a relação do cantor com o Brasil e como a mídia tupiniquim retrata o músico desde sua "primeira aparição" na emblemática música "We Are the World".

Para compreender a influência e a importância da obra de Springsteen, em 2004, o cantor norte-americano Jackson Browne escreveu um artigo para a revista Rolling Stone que sintetiza muito bem a trajetória e a arte do cantor.

"Seu trabalho resume os valores mais profundos do rock: desejo, necessidade de liberdade e a busca de encontrar a si mesmo. Ao longo de suas canções, há uma generosidade e uma vontade de retratar até os aspectos mais simples de nossas vidas de maneira dramática e comprometida. Seu senso de música como poder de cura sempre esteve presente. Ele plantou os pés em ambos os lados dessa grande divisão entre rebelião e redenção".

CAPÍTULOS

* Ah, não! Mais um livro sobre Springsteen
* Cronologia
* Bruce entra para o Rock and Roll Hall of Fame
* “Piratas” oficialmente lançados por Bruce
* Bruce estreia no Saturday Night Live
* Capitol Theater 1978 – Passaic
* Bruce invade palco antes do show
* Fenway Park 2003
* The Live Series: Springsteen em ação ao redor do globo
* MTV Video Music Awards
* The Promised Land
* Growin’ Up
* 2009: Bruce Springsteen toca no festival Glastonbury
* Crie o maior show de rock de todos os tempos
* Sentar nesta ou naquela mesa. Eis a questão
* Tracks
* Clarence “Big Man” Clemons
* Náufrago Bruce e seus discos na ilha deserta
* Springsteen explicitamente pessoal
* Bruce estampa dezenas de capas de revistas
* Bruce imortalizado em fotos... muitas fotos
* Site faz ranking com 340 músicas de Springsteen
* Western Stars: Bruce na versão cowboy
* Documentário definitivo ainda estar por vir
* DVDs aproximam público que nunca assistiu Bruce ao vivo
* Bruce e seus chapas
* Os outros na voz de Bruce
* Bruce no topo do Grammy
* Shrine Auditorium – 1990
* Stevie Van Zandt: o verdadeiro “Blood Brother”
* A longa estrada de Nils Lofgren
* Howard Zinn conta a verdadeira história da América
* Elliott Murphy vive roqueiro esquecido pelo tempo
* 35 anos: Born in the U.S.A. merece comemoração à altura
* The Complete Video Anthology: 2001-2020
* Documentário mostra cena musical de Asbury Park
* Devoção italiana de Lorenzo Bertocchini
* Bruce para ler
* Bruce inspira o filme A Música da Minha Vida
* No Nukes é lançado oficialmente e na íntegra
* Bridge School Concerts
* The Paris Concert for Amnesty International – 1998
* Rock in Rio tem rock e Springsteen
* Bruce e seus chapas: parte 2
* Live Aid: o maior concerto de rock sem Bruce
* Engajamento político e humanitário marca trajetória de Springsteen
* Asbury Park é Terra Prometida para fãs de Bruce
* Live/1975-85
* The Complete Video Anthology: 1978-2000
* Bruce ao redor do mundo
* VH1 Storytellers
* E as escolhidas são.......
* NYC – 1995
* Bruce “Merry Christmas Baby” Springsteen
* Bruce invade as bancas brasileiras...lá na década de 1980
* Bruce on Broadway
* Eles cantam Bruce Springsteen
* Super Bowl Halftime Show – 2009
* Bruce toca pela primeira vez no Brasil
* Bruce divide palco com estrelas da música
* Alemanha Oriental – 1988
* New Orleans Jazz & Heritage Festival – 2006
* Sai The E Street Band, entra The Other Band
* Mortalidade e esperança estão na carta escrita por Bruce
* Springsteen na versão podcast
* Sites dissecam a carreira de Springsteen
* E no futuro...

FICHA TÉCNICA

Livro: “Springsteen”
Editora: Multifoco
Páginas: 394
Ano: Setembro 2021

AUTOR

Emerson Lopes é jornalista e autor do livro Jazz ao seu alcance , lançado pelo editora Multifoco, em 2009. Trabalhou em diversos veículos de comunicação (Folha, Estadão, R7 e Jazz+) e é editor do blog Bruce no Brasil.

Nas últimas três décadas, tem acompanhado de perto a carreira de Springsteen, por meio de discos, vídeos, livros, jornais e sites, e teve a sorte de assistir ao show do cantor quatro vezes, incluindo a primeira vez no Brasil, em 1988. Saiba mais sobre o livro na matéria publicada no site da rádio 89 FM.

ONDE COMPRAR


Free Note:
R. Teodoro Sampaio, 785 (São Paulo-SP)


Locomotiva Discos:
Rua Sete de Abril, 154, Loja 8 (São Paulo - SP)


Livraria do Espaço:
Rua Augusta 1475 (São Paulo - SP)


Livraria Cabeceira:
Praça Alfredo Weiszflog, 38 (São Paulo - SP)


Livraria Vírgula:
Rua João Cachoeira, 377 (São Paulo - SP)


Estante Virtual


Para "entender" um pouco mais sobre a proposta do livro, você pode ler gratuitamente o primeiro capítulo chamado: "Ah, Não! Mais um livro sobre Springsteen". Clique aqui.


terça-feira, setembro 14, 2021

9/11: 20 anos depois


Para lembrar os 20 anos dos atentados terroristas aos Estados Unidos, nas cidades de Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001, uma cerimônia aconteceu no local onde ficavam as Torres Gêmeas, no World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2021.

As duas torres foram destruídas após dois aviões colidirem intencionalmente, um em cada torre. Como acontece todos os anos, os nomes das quase 3 mil pessoas que morreram nos atentados são falados em voz alta diante dos parentes das vítimas.

Neste ano, além da presença do presidente Joe Biden, e dos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, a cerimônia contou com a apresentação de Bruce Springsteen. Ele interpretou a música "I'll See You In My Dreams", do disco Letter To You, lançado no fim de 2020. A música fala sobre a morte e a saudade de quem perde um ente querido.


Springsteen e os atentados de 11 de setembro têm uma forte conexão. Apenas 10 meses após os atentados, o cantor lançou o disco The Rising, com músicas que lembram a vulnerabilidade dos Estados Unidos diante do terror e da morte que atingiu o país em 2001. Músicas como "Into de Fire", "Empty Sky", "Nothing Man e "You're Missing" mostram as feridas abertas pelos atentados, mas também foi uma maneira de exorcizar a dor e trazer esperança ao povo norte-americano. O disco conquistou três prêmios Grammy (disco de rock, canção de rock e artista masculino de rock).

O cantor também participou do programa America: A Tribute to Heroes, em 21 de setembro de 2001. A maratona televisiva arrecadou dinheiro para as famílias das vítimas e os feridos nos atentados. Na ocasião, Springsteen interpretou a música "My City in Ruins". Bon Jovi, Willie Nelson, Mariah Carey, Billy Joel, Paul Simon, Neil Young, Celine Dion, Stevie Wonder, Alicia Keys, entre outros, também participaram do programa.

A data também está marcada na discografia do cantor. O disco The Wild, the Innocent, and the E Street Shuffle, o segundo de sua carreira, foi lançado em 11 de setembro de 1973, quando o cantor tinha apenas 23 anos de idade. É deste disco as músicas "Rosalita (Come Out Tonight) e "4th Of July, Asbury Park (Sandy)".




Abaixo estão alguns vídeos das apresentações exibidas em 21 de setembro de 2001:









Abaixo está o vídeo da cobertura da CNN Brasil sobre os 20 anos dos atentados:



Abaixo estão algumas músicas do disco The Rising:







quarta-feira, setembro 01, 2021

Novelas x Springsteen

Tudo começou lá na década de 1950, quando as primeiras novelas apareceram na TV brasileira. Época em que Tupi e Excelsior dividiam a atenção dos telespectadores. Os anos foram passando e a Rede Globo assumiu o protagonismo no início da década de 1970. De lá para cá, a hegemonia da Globo só cresceu e apenas agora, com a popularização da TV a cabo e, mas recentemente, com os serviços de streaming, é que o poder das novelas perdeu um pouco sua força.

Mas nas décadas de 1980, 1990 e 2000, as novelas da Globo tinham a capacidade de captar audiências que passavam de 40% dos televisores ligados no país, o que tornou a emissora uma mina de ouro financeiramente e cobiçada por comunicadores, atores, atrizes, diretores e músicos. O espaço alcançado pela emissora carioca tinha o poder de alavancar a carreira de quem participasse de seus programas e novelas.

Na música, a grande jogada era conquistar espaço em uma das três novelas que passavam na emissora, em especial a do horário nobre, que foi por muitos anos chamada de novela das oito e depois virou a novela das nove. Ter uma música como tema de personagens importantes na trama é garantia de ouvir sua composição ser tocada e escutada dezenas de vezes por vários meses. E se a música for escolhida para abrir a novela, ai é como ganhar na loteria.

Clipe de "Dancing in the Dark", única música do cantor em uma trilha de novela


Para fazer parte da trilha sonora de uma novela, há vários critérios e muita bajulação por parte das gravadoras, que tentam emplacar seus artistas. O braço fonográfico da Globo, a Som Livre, tinha o costume de lançar dois discos com músicas que tocam durante os seis meses (em média) de duração da trama. Um disco com canções nacionais e outros apenas com temas internacionais.

Ao analisarmos as trilhas das décadas de 1980, 1990 e 2000, percebemos que as canções mais populares, em especial as lentas, são de longe as preferidas de quem escolhe as músicas. Entre os artistas internacionais que mais aparecem nas trilhas durante esse período estão as cantoras Tina Turner, Carly Simon, Whitney Houston e Sade. Entre os cantores, os onipresentes são George Michael, Joe Cocker, Phil Collins, Rod Stewart, Bryan Adams e Michael Bolton.

O rock nunca teve muito espaço nas trilhas da Globo. A justificativa talvez seja a predileção por músicas mais suaves e "fáceis" de serem ouvidas. Diante deste perfil, os roqueiros que mais se destacaram são: Genesis, Bon Jovi, Dire Straits, Prince, Inxs e Lenny Kravitz. Também são figuras fáceis por aqui artistas pops como Simply Red, Pretenders, Roxette, Daryl Hall & John Oates, Eurythmics e Madonna.

BRUCE E LITTLE STEVEN

Como já foi dito no início desse texto, emplacar uma música em uma novela é sempre um ótimo negócio para um artista. Mas neste quesito, Bruce Springsteen nunca conseguiu se destacar. Apesar de uma carreira sólida e longeva, o cantor conseguiu colocar apenas uma música em uma novela da Globo, e ainda foi no horário das 18h, que tem estatisticamente a pior audiência entre as três que figuram na programação da emissora.

A música escolhida foi "Dancing in the Dark", do disco Born in the U.S.A., que será para sempre o disco mais popular do cantor. A canção fez parte da novela Amor com Amor se Paga (1984), da novelista Ivani Ribeiro. A trilha também trazia músicas de Cyndi Lauper (Time After Time), Steve Perry (Oh, Sherrie), Jocelyn Brown (Somebody Else's Guy), entre outros. Bruce também está "presente", indiretamente, na trilha de Vale Tudo (1988), uma das novelas do horário nobre mais bem sucedidas da Globo. Aqui, Springsteen aparece na voz de Natalie Cole, que interpreta "Pink Cadillac", sucesso na voz da cantora no fim da década de 1980.
Clipe de "Bitter Fruit", música de Little Steven na novela Mandala (1987)


Infelizmente essa falta de "empatia" com as novelas deixou a música de Springsteen ainda mais afastada do público brasileiro. A questão é saber se foi uma questão mercadológica, ou seja, a gravadora do cantor não tinha interesse em oferecer suas músicas, ou se a produção da Rede Globo é que não gostava ou encontrava uma música que se encaixasse à trama. E olha que não faltou música "lenta" do Bruce para incluir na trilha. Que tal “Tougher Than the Rest”, “If I Should Fall Behind” ou “Secret Garden”? Enfim, o tempo passou e agora as novelas são muito menos relevantes.

Vale aqui o registro da inclusão de música "Bitter Fruit", de Little Steven, nome adotado pelo guitarrista Stevie Van Zandt após deixar a The E Street Band, em 1984. A canção fez parte da trilha da novela Mandala (1987), de Dias Gomes. A trilha também trazia músicas de Bon Jovi (Never Say Goodbye), U2 (With or Without You), Suzanne Vega (Luka), Duran Duran (A Matter of Feeling), entre outras.

ROCK AND ROLL

Para quem acha que só vai encontra música "charopadas", ou seja, água com açúcar, fica aqui quatro exceções que merecem ser destacadas. A mais impressionante de todas é a inclusão da música "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, na trilha da novela Top Model (1989). Mas a música no disco é uma versão reduzida.

Outro ponto fora da curva é "Give It Away", do Red Hot Chilli Peppers, na trilha de Perigosas Peruas (1992). O Queen também aparece uma única vez, com "We Will Rock You", da novela Rock Story (2016). Para fechar, não exatamente com um rock pesado, mas a inclusão de "Sweet Child O'Mine", do Guns N' Roses, na trilha de O Sexo dos Anjos (1989), é mais uma prova de que Axl Rose e companhia conseguiram conquistar um público bem abrangente.

MICHAEL JACKSON

É interessante também constatar que em mais de 150 trilhas sonoras internacionais, não há sequer uma única canção do cantor Michael Jackson da sua fase produzida por Quincy Jones, que vai de 1978 até 1991 e abrange os principais discos de sua carreira: The Wall, Thriller, Bad e Dangerous. O que encontramos são canções com o Jackson 5 ou gravações solos feitas no início da década de 1970.

Na década de 1980, ninguém foi mais popular que ele. Então seria razoável imaginar que sua música seria escolhida, assim como aconteceu com todos os grandes nomes desta década, entre eles, Madonna, Prince, Bruce Springsteen, Phil Collins, Lionel Richie, Cyndi Lauper, Bryan Adams, Dire Straits e Rod Stewart.